Descrição de chapéu Lava Jato

Casa de Cabral em Mangaratiba é vendida por R$ 6,4 milhões

Leilão arrecadou outros R$ 485 mil com a venda de três veículos blindados

Italo Nogueira
Rio de Janeiro

A casa de veraneio do ex-governador Sérgio Cabral (MDB) no condomínio Portobello, em Mangaratiba, foi vendida por R$ 6,4 milhões nesta quinta-feira (13) em leilão realizado pela Justiça Federal.

O comprador foi representado por uma empresa de investimento imobiliário especializado em leilões e não teve o nome divulgado.

O preço foi o mínimo exigido pela Justiça. O lance só foi dado duas horas e 40 minutos após a abertura do certame, que permaneceu sem ofertas até o representante do comprador se apresentar.

A casa, que está em nome da ex-primeira-dama Adriana Ancelmo, tem 462 metros quadrados de área construída, com dois pavimentos, cinco suítes, dois lavabos, dois banheiros, sala, átrio e cozinha.

O leilão da família Cabral arrecadou nesta quinta outros R$ 485 mil com a venda de três veículos, todos blindados. Uma lancha avaliada R$ 3,2 milhões atribuída ao ex-governador não teve interessados e terá o preço revisto pela Justiça.

Na semana passada, a Justiça já havia vendido duas embarcações pequenas da família por R$ 135,5 mil. O comprador do jet ski foi o conselheiro da Agetransp (agência reguladora de transporte público do Rio) Fernando Moraes, ex-delegado, ex-vereador pelo MDB e ex-vice-presidente do Detro (Departamento de Transportes Rodoviários) na gestão Luiz Fernando Pezão (MDB).

O casal abriu mão dos bens a fim de obter redução nas penas por lavagem de dinheiro. Com isso, os valores arrecadados já podem ser destinados a órgãos públicos, sem necessidade de aguardar o fim de todo o trâmite das ações penais contra Cabral e a mulher.

Também foram vendidos nesta quinta por R$ 9 milhões três imóveis na Barra da Tijuca (zona oeste) em nome de Ary Filho, ex-assessor de Cabral.

O ex-governador responde a 25 ações penais e já foi condenado em oito delas, somando mais de 183 anos de prisão.

Ele é acusado de cobrar 5% de propina sobre os grandes contratos públicos do estado e manter parte da fortuna arrecadada no exterior.

O emedebista nega as acusações, mas reconhece ter feito uso pessoal de cerca de R$ 20 milhões de sobras de quase R$ 500 milhões arrecadados via caixa dois para campanhas eleitorais.

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