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Doria e Márcio França escondem Alckmin em programa de TV

Ex-prefeito e ex-vice governador disputaram apoio do presidenciável em SP

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São Paulo

O palanque duplo em São Paulo do presidenciável e ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), ao menos na TV, parece ter se dissolvido. Após meses trocando farpas e assistindo a aliados se digladiando no parlamento, João Doria (PSDB) e Márcio França (PSB) esconderam o ex-governador em suas inserções no horário eleitoral. 

Embora ambos defendam Alckmin em entrevistas e nos debates, a primeira semana de programas televisivos dos aliados do ex-governador deixou a impressão de que São Paulo não foi gerida pelo tucano nos últimos oito anos.

Doria exibiu uma imagem ao lado do governador em sua primeira peça, na sexta (31). Na segunda (3), quando levou ao ar seu mea culpa pela renúncia à Prefeitura da capital, disse que teria condições de ajudar mais a cidade com Bruno Covas (PSDB) como prefeito, Alckmin presidente e ele no Bandeirantes.

Os candidatos Márcio França (PSB) e João Doria (PSDB) se cumprimentam antes do debate dos candidatos ao governo do estado, no estúdio da Band, em São Paulo
Os candidatos Márcio França (PSB) e João Doria (PSDB) antes do debate dos candidatos ao governo do estado, no estúdio da Band, em São Paulo - Eduardo Anizelli - 16.ago.18/Folhapress

Na quarta (5), o tucano tratou de segurança: "Graças aos governos do PSDB, São Paulo tem a polícia mais equipada, a menor taxa de homicídios, o maior investimento e a mais alta tecnologia". Nenhuma palavra sobre Alckmin. 

"Há muito pouco tempo, sou o novo governador de São Paulo. É um trabalho em tempo integral", ouve-se a voz de França, narrando uma cena em que ele abre o mapa de São Paulo a bordo de um avião no programa de segunda (3). 

Na sequência, a peça começa a falar da biografia do candidato. Na tela, uma foto do "novo governador" com Mario Covas (1930-2001), o primeiro dos tucanos a governar São Paulo nos últimos 24 anos, introduz que o candidato foi prefeito de São Vicente. Depois, deputado e vice-governador —não diz de quem.

O duplo palanque a Alckmin dividiu a base do governador no estado que ele governou por oito anos. Parte dos partidos se aliou a Doria, parte ficou com França.

"Eu tentei que a nossa base tivesse um só candidato. Procurei o Márcio França: você topa não ser candidato? 'Olha, Geraldo, essa é a oportunidade que vou ter. Sou vice, se você sai, eu assumo. Só posso disputar o governo, não posso disputar outro cargo'", contou o presidenciável tucano à rádio Jovem Pan, em junho.

As relações de Doria e Alckmin estremeceram com as movimentações do ex-prefeito para assumir a indicação tucana para a Presidência. A saída do PSDB foi lançá-lo ao Bandeirantes.

Coordenador de comunicação da campanha de Márcio França, Felipe Soutello diz que a prioridade é tornar seu candidato conhecido e mostrá-lo o máximo de tempo possível na tela. Falar em Alckmin, ele avalia, poderia gerar questionamentos do PSDB, por explorar a imagem de um candidato de outra coligação. 

"Qualquer tentativa de minimizar a importância do Geraldo é especulação. Fizemos eventos juntos em São José dos Campos, num domingo. Todas as peças da campanha [de governador, deputado e senador] têm o nome do Geraldo como candidato a presidente", diz Rodrigo Garcia (DEM), vice de Doria e coordenador de campanha.

Garcia afirma que a primeira semana na TV é para apresentar o candidato e suas propostas e, futuramente, haverá depoimentos de Alckmin nas peças televisivas de Doria.

Divulgada na quinta (6), a primeira pesquisa Datafolha após o início do horário eleitoral mostrou Doria com os mesmos 25% de intenções de voto que tinha na sondagem anterior, de 21 de agosto. 

O tucano detém a maior fatia de inserções no horário eleitoral. Considerando a margem de erro de três pontos percentuais, ele está empatado com Paulo Skaf (MDB), que registra 23% e também não menciona seu presidenciável, Henrique Meirelles (MDB) ou o presidente Michel Temer.

Márcio França, dono do segundo maior tempo de rádio e TV, foi de 4% para 8%. Na sequência, Luiz Marinho (PT) tem 5%. O programa de estreia do petista foi inteiro narrado por Lula, que aparece no final sentado ao lado de Marinho. 

Na sexta (7), Marinho exibiu imagens ao lado de Fernando Haddad, que substituirá Lula na corrida presidencial, e de Manuela D'Àvila (PC do B), futura vice na chapa petista. 

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