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Ex-governador de Goiás, Marconi Perillo se torna réu sob acusação de corrupção passiva

Tucano é acusado de receber vantagens para viabilizar contratos com a construtora Delta

Cleomar Almeida
Goiânia

A 8ª Vara Criminal de Goiânia recebeu denúncia contra o ex-governador de Goiás e candidato ao Senado, Marconi Perillo (PSDB), por corrupção passiva. Ele é acusado de receber vantagens indevidas durante o mandato para viabilizar contratos com a construtora Delta entre 2011 e 2012, no mesmo processo que envolve Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

O processo estava em tramitação no STJ (Superior Tribunal de Justiça), mas sofreu mudança de competência depois que Marconi perdeu o foro privilegiado. O tucano renunciou ao cargo de governador em abril para se candidatar a uma vaga ao Senado.

A denúncia do MPF (Ministério Público Federal) se baseia em interceptações telefônicas das operações Monte Carlo e Vegas. Assim como Cachoeira, o ex-presidente do Conselho de Administração da Delta Fernando Cavendish e o ex-diretor regional da empresa Cláudio Abreu também foram denunciados por corrupção ativa.

O ex-governador de Goiás Marconi Perillo durante a Convenção Nacional do PSDB, em Brasília
O ex-governador de Goiás Marconi Perillo durante a Convenção Nacional do PSDB, em Brasília - Pedro Ladeira - 9.dez.2017/Folhapress

Apresentada em março de 2017, a denúncia aponta que o ex-governador recebeu pagamento de vantagens indevidas para garantir o aumento de valores dos contratos mantidos pela Delta com órgãos do estado. O pagamento seria feito por Cachoeira e pelos dois executivos da construtora com a ajuda do então marqueteiro Luiz Carlos Bordoni.

Segundo o documento, Cachoeira, Abreu e Cavendish pagaram, em duas parcelas, uma dívida de R$ 90 mil do então governador com o marqueteiro Luiz Carlos Bordoni. Ainda de acordo com a denúncia, os depósitos foram realizados em troca do aumento de valores dos contratos da Delta com o governo, apesar de os acordos não serem financeiramente benéficos à administração estadual.

O documento aponta também que as cifras foram pagas por depósitos de duas das 18 empresas fantasmas constituídas por Cavendish e Abreu.

Depois de ter concluído a quitação da dívida, Marconi teria autorizado um aditivo de contrato com a Delta em serviços de segurança pública, o que teria aumentado o valor do acordo de R$ 66 milhões para R$ 75 milhões.

Em nota, o advogado de Marconi, Carlos Augusto de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que o recebimento da denúncia contra o ex-governador “é um ato, infelizmente, quase mecânico e automático”. Segundo ele, a denúncia se baseia em provas ilegais e não se sustenta pela realidade dos fatos.

A defesa ressalta ainda que, em 2013, o jornalista Carlos Bordoni foi condenado por falsas acusações a pagar R$ 200 mil de indenizações por danos morais ao tucano.

Folha não conseguiu localizar, na noite desta segunda-feira (3), a defesa dos demais citados na denúncia.

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