O simbolismo será mantido. Pelo menos nesta segunda-feira (17), quando o candidato do PT ao Planalto, Fernando Haddad, voltará a Curitiba para uma conversa com o ex-presidente Lula.
A previsão é que o presidenciável viaje na parte da tarde, após participar de sabatina promovida pelo UOL em parceria com a Folha e o SBT.
Antes de ter sua candidatura oficializada, na terça (11), Haddad visitava Lula religiosamente às segundas-feiras para tratar, entre outros temas, da estratégia de sua campanha que —sabiam os dois e todo o PT— seria colocada na rua no limite do prazo da Justiça Eleitoral para a troca da chapa.
Aliados do agora candidato defendem que as viagens semanais à capital paranaense continuem até o primeiro turno —seriam três visitas até 7 de outubro—, principalmente para mostrar ao eleitor petista que Haddad é o homem do ex-presidente, leal a ele e a seu projeto.
Lula já deu as principais orientações para seu herdeiro político, inclusive ao acompanhar de perto a elaboração do programa de governo do partido, portanto, a partir de agora, deve mandar recados pontuais e atuar de forma mais assertiva somente diante de uma reviravolta.
A expectativa na campanha do PT é que, nas próximas semanas, Haddad decole nas pesquisas ao ser atrelado ao nome de Lula —antes de ser barrado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o ex-presidente tinha 39% das intenções de voto, segundo o Datafolha.
O roteiro da campanha foi traçado de dentro da cela de Lula nos dias que antecederam a oficialização da candidatura: o objetivo é que Haddad se torne conhecido e consiga a transferência de votos de seu padrinho político, fazendo com que o eleitor entenda que é o representante de Lula nas eleições.
Para isso, o plano a seguir é quase previsível, com ordem de investir na comunicação, para garantir a eficácia da mensagem de que é o candidato do ex-presidente, e viajar para o Nordeste, reduto eleitoral mais fiel ao PT. Giros pelo Sudeste, onde estão grandes colégios eleitorais do país, também estão na rota petista.
Haddad incorporou dois de seus principais aliados à equipe de campanha, Emidio de Souza na coordenação-geral, e Chico Macena na tesouraria.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), resistente ao nome do ex-prefeito de São Paulo como candidato até o último minuto, não deve participar do dia a dia da campanha. Historicamente, o presidente nacional do PT é também o coordenador-geral da campanha do partido ao Planalto.
Não será o caso de Gleisi. Ela é candidata a deputada federal e diz que precisa se dedicar à própria campanha. A previsão é que participe apenas dos encontros mais amplos e não aconselhe diretamente o candidato.
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