Índices de rejeição nas duas últimas pesquisas Datafolha não são comparáveis

Ausência de Lula no segundo levantamento pode ter influenciado resposta sobre opositores

São Paulo

A diferença entre os índices de rejeição dos candidatos registrados nas duas últimas pesquisas Datafolha não necessariamente representa um crescimento ou queda na oposição aos presidenciáveis, segundo o instituto.

Isso se dá porque, na pesquisa realizada na última segunda-feira (10), entre os nomes apresentados para os entrevistados na pergunta sobre rejeição não estava o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Lula, preso em Curitiba por lavagem de dinheiro e corrupção, teve sua candidatura barrada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no início do mês. Nesta terça (11), o partido oficializou seu vice, Fernando Haddad, como o novo cabeça de chapa, no lugar de Lula.

Na pesquisa realizada em 20 e 21 de agosto, Lula ainda constava no cartão apresentado aos eleitores. Na época, o petista tinha 34% de rejeição. O candidato do PSL, Jair Bolsonaro, liderava a lista, com 39% dos entrevistados dizendo que não votaria “de jeito nenhum” no deputado.

No levantamento feito em parceria com a TV Globo na última segunda (10), com 2.804 eleitores de 197 municípios, Bolsonaro segue à frente neste quesito, mas agora com 43% de rejeição. A pesquisa tem margem de erro de dois pontos para mais ou para menos.

“Tendo o Lula no cartão, o comportamento do eleitor pode ser diferente. Não dá para garantir que o Bolsonaro passou de 39% para 43% porque aumentou a rejeição. Pode ser pelo fato de o Lula não estar no cartão”, diz o diretor do Datafolha, Mauro Paulino.

Na pesquisa mais recente, Marina Silva (Rede) aparece como a segunda candidata com maior rejeição, 29%, seguida de Geraldo Alckmin (PSDB), com 24%, Fernando Haddad (PT), 22%, e Ciro Gomes (PDT), 20%.

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