Descrição de chapéu Eleições 2018 Lava Jato

Investigar promotores é tentativa de mordaça, diz força-tarefa da Lava Jato

Para eles, a iniciativa é tentativa indevida de constranger o Ministério Público

Estelita Hass Carazzai
Curitiba

Os procuradores que integram a força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba, reagiram nesta quarta-feira (12) à possível investigação, pelo CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), de promotores que tomaram ações recentes contra candidatos, em meio à campanha eleitoral.

Para eles, a iniciativa é comparável a uma “mordaça”, numa “tentativa indevida de constranger o Ministério Público”.

“O tempo da investigação e o tempo da acusação independem do tempo da política”, afirmaram, em nota.

O grupo ajudou a deflagrar, nesta terça (11), uma operação contra a gestão do ex-governador Beto Richa (PSDB), candidato ao Senado no Paraná –que acabou preso temporariamente, alvo de uma operação concomitante do Ministério Público Estadual. Nesta quarta, o atual governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), também foi alvo de operação da PF.

O ex-governador do Paraná Beto Richa
O ex-governador do Paraná Beto Richa - Rodolfo Buhrer - 19.dez.16/Reuters

As ações foram alvo de críticas de advogados dos investigados, que acusaram os promotores de oportunismo e afirmaram que as prisões foram excessivas.

Na nota, os procuradores destacam que as operações em questão não descumpriram a lei eleitoral, que proíbe a prisão de candidatos a partir de 15 dias antes da eleição.

Eles também criticam o conselheiro que sugeriu a investigação à corregedoria do CNMP, afirmando que ele “pretende criar a imunidade temporal de candidatos políticos”.

O documento enviado à corregedoria cita ações propostas contra os presidenciáveis Fernando Haddad, do PT, e Geraldo Alckmin, do PSDB, além da prisão de Richa. O pedido é para que sejam analisados “o tempo decorrido entre a suposta prática dos crimes delituosos e a propositura das ações”, para saber se as investigações foram aceleradas a fim de causar “eventual impacto nas eleições”.

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