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Líder no Rio, Paes atrai prefeitos de partidos rivais e gera até expulsão

Alianças informais já levaram Podemos, do senador e candidato Romário, a retirar prefeito do partido

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Rio de Janeiro

Na liderança nas pesquisas de intenção de voto no Rio de Janeiro, o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) vem atraindo o apoio de prefeitos de partidos que fazem parte de coligações de rivais na disputa pelo governo estadual.

As alianças informais já provocaram até a expulsão de um prefeito do Podemos, partido que tem como candidato o senador Romário.

Prefeito do Rio de Janeiro por oito anos (2009-2016), Paes tem privilegiado em sua campanha agendas na Baixada Fluminense e no interior.

Eduardo Paes, ex-prefeito do Rio e candidato ao governo pelo DEM - Raquel Cunha/Folhapress

O objetivo é evitar uma associação da sua candidatura a um protagonismo ainda maior da capital em detrimento de outros municípios.

O último prefeito da maior cidade do estado a chegar ao Palácio Guanabara foi Marcelo Allencar, em 1994.
Desde março, quando não havia oficializado sua candidatura, Paes vinha se encontrando com prefeitos do interior. A liderança obtida 

nas últimas pesquisas ajudou a confirmar apoio de membros de partidos rivais.

No início do mês, o candidato do DEM fez uma agenda de campanha com o prefeito de Volta Redonda, Samuca Silva. Dois dias depois, ele foi expulso do partido pelo secretário-geral da sigla, Marcos San, coordenador da campanha de Romário.

“Vi que Paes é o melhor para o estado depois de inúmeras tentativas de dialogar com o senador Romário”, disse Samuca, que afirma ter pedido sua desfiliação antes de apoiar o candidato do DEM.

A coligação de Romário também sofreu uma baixa com o apoio do prefeito de Cabo Frio, dr. Adriano (Rede), a Paes. A Rede se aliou ao senador em troca da vaga em disputa no Senado, que tem como candidato o deputado Miro Teixeira (Rede).

Dr. Adriano nem sequer sabia da coligação formada entre os dois partidos no estado.

“Não houve essa imposição [de apoio a Romário]. Aqui não levantamos bandeiras partidárias”, disse ele.
O ex-governador Anthony Garotinho (PRP) também vê traições na sua coligação. O prefeito de Arraial do Cabo, Renatinho (PRB), decidiu se aliar a Paes, embora sua sigla tenha se coligado com o PRP.

A adesão de prefeitos a candidatos favoritos é quase uma praxe nas eleições. De olho em uma ajuda financeira do Palácio Guanabara às suas administrações, os prefeitos costumam se aliar àquele com maior potencial de vitória.

Paes lidera as intenções de voto no estado com 22% da preferência do eleitorado. Romário está tecnicamente empatado com Garotinho , com 14% e 12%, respectivamente.

No interior, contudo, o ex-prefeito aparece com 14%, empatado com o ex-governador e atrás do senador, com 19%.

O candidato do DEM tem um apoio velado do presidente do PT-RJ, Washington Quaquá, ex-prefeito de Maricá e candidato a deputado federal.

Paes visitou Maricá e não vem encontrando clima desfavorável mesmo após ter feito comentários negativos sobre a cidade em um telefonema com o ex-presidente Lula tornado público em março de 2016.

"Agora, da próxima vez, o senhor me para com essa vida de pobre, com essa tua alma de pobre, comprando esses barcos de merda, sitiozinho vagabundo", disse Paes no telefonema com Lula. 

"Eu, todo mundo fala aqui no meio, eu falo o seguinte: imagina se fosse aqui no Rio esse sítio dele, não é em Petrópolis, não é em Itaipava, é como se fosse em Maricá", completou o então prefeito do Rio.

Um bom símbolo da salada partidária é a prefeita de Quissamã, Fátima Pacheco, uma ex-petista filiada ao Podemos de Romário que agora voltou a se aproximar do PT ao fazer campanha para Quaquá ao mesmo tempo em que apoia o candidato do DEM.

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