Descrição de chapéu Eleições 2018

Márcio França reúne prefeitos da base de Doria e Skaf para divulgar campanha

"Pode ligar no celular, mandar um 'zap' que eu vou atender", disse o governador aos prefeitos

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São Paulo

Prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e secretários de cidades administradas por partidos das bases de João Doria (PSDB) e Paulo Skaf (MDB) participaram, na manhã desta quarta-feira (5), de um café da manhã com o governador de São Paulo, Márcio França (PSB). 

O encontro aconteceu no último andar do hotel San Raphael, no largo do Arouche, e foi convocado pelo secretário da Educação, João Cury, expulso do PSDB por ter aceitado comandar a pasta no governo França. Ele agora coordena a relação da campanha do atual governador com municípios. 

Das 58 cidades que constam na lista de presença do encontro, 4 prefeituras são comandadas pelo PSDB e 7 pelo MDB, que lançou candidatura solo. Da base de Doria, foram ao Arouche prefeitos e vice-prefeitos de 6 municípios que são governados pelo PSD, 2 pelo PRB e duas pelo DEM.

O governador de São Paulo candidato à reeleição, Márcio França, tira selfie com apoiador na Festa do Peão de Barretos
 
O governador de São Paulo candidato à reeleição, Márcio França, na Festa do Peão de Barretos   - Joel Silva - 19.ago.18/Folhapress

Do PSDB, constavam na lista de presença do cerimonial os prefeitos de Balbinos, Barão de Antonina, Boraceia, Itaberá, Quadra e Uru.

O prefeito de Itaberá, Alex Lacerda, diz que só registrou presença no hotel com sua esposa, Telma, mas não participou do café da manhã.

Ele conta que foi convidado na terça (4) à noite por Cury, de quem é amigo, para tomar café com o secretário, sem saber que se tratava de um encontro dos partidários de França. "Quando entrei, já vi que era evento político e voltei, fui embora. Até porque não me sinto bem no evento", afirma Lacerda.

Marcos Bilancieri, prefeito de Boraceia, disse à Folha que está em andamento sua desfiliação do PSDB, pelo apoio a França —segundo o partido, sua saída já ocorreu em 23 de maio. No caso de Botucatu, compareceu André Peres (PC do B), vice do prefeito tucano  Pardini.

Do MDB, foram registrados os representantes de Angatuba, Apiaí, Igaraçu do Tietê, Lupércio, Manduri e Reginópolis. Administrada pelo DEM, partido do vice de Doria Rodrigo Garcia, Garça constou na lista de presentes representada pelo secretário de Comunicação Fábio Bonassa.

​Cury disse esperar que cada um dos convidados ali presentes se tornasse uma espécie de coordenador regional dos municípios que representavam, todos na região central do estado. Eles deixaram o prédio com bandeiras, santinhos e adesivos. O secretário orientou que quem tivesse viajado com carro oficial poderia receber o material de campanha depois. 

"O que move esse pessoal não é nenhum interesse. O senhor [França] não está em primeiro lugar nas pesquisas", afirmou Cury. Ele fez uma metáfora sobre o apoio ao pessebista: é mais fácil, disse, subir em caminhão que está na frente, do que empurrar um caminhão que está atrás. Garantiu que todos teriam lugar na boleia do governador, caso ele fosse reeleito.

Cachetão (DEM), de Itaporanga, levantou-se para uma comparação: eleição é como corrida de cavalos e os aliados de Márcio França são os que correm longas distâncias. Um colega prefeito comparou os adversários a pangarés.

"Esse time demonstra de forma inequívoca seu lado. Ninguém aqui está com medo, está aqui por que tem lado. Ninguém aqui está na marola, no botox como a gente está vendo por aí", discursou Cury. 

Doria aparece com 25% das intenções de voto em pesquisa Datafolha divulgada em 22 de agosto, seguido por Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), com 20%. França e Luiz Marinho (PT) estão empatados com 4%.

Prefeitos comentaram o novo estilo de governo adotado por França, que abriu o Palácio dos Bandeirantes para aliados e prometeu mais de R$ 439 milhões em emendas a quase 400 prefeituras paulistas. Cury disse que houve quem estivesse triste por não ter conseguido recursos, mas ponderou que o governo fez o possível. 

França aposta no entusiasmo dos prefeitos favoráveis a sua candidatura para impulsionar sua eleição. Ele costuma dizer que, por ter administrado São Vicente (1997-2004), entende a rotina da prefeitura e defende elevar o repasse de verbas para os municípios pela gestão estadual. Para o governador, se o prefeito está animado, o governo também se anima.

O governador disse que, caso seja reeleito, os prefeitos terminariam os dois últimos anos deste mandato com pleno acesso ao seu gabinete. "Pode ligar no celular, mandar um zap, eu vou te atender. Não vou estar em Paris ou em Nova York, não é a minha praia."

Alfinetou, assim, Doria e Skaf. Ele quer transmitir a imagem de que é um homem simples, diferente de seus adversários ligados ao setor empresarial, que lideram as pesquisas.

"As outras candidaturas são de outro padrão social. Não é defeito, apenas é de outro padrão", comentou França, para quem o tucano e o emedebista não têm sensibilidade social. 

"Esses que não se preparam, o melhor que eles podem fazer é perder a eleição, para eles e para os paulistas", disse o governador.
 

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