Descrição de chapéu Eleições 2018

Marina Silva compara seu jeito de governar à luta dos que enfrentaram a ditadura

Presidenciável disse que é possível governar sem ‘dar a senha do toma lá, dá cá’ para o Congresso

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São Paulo

Marina Silva (Rede) sempre fala que, se eleita, governará com os melhores de cada partido e que é viável negociar com o Congresso sem toma lá, dá cá. Nesta segunda-feira (3), a presidenciável comparou o combate ao atual modo de fazer política à luta de pessoas que enfrentaram a ditadura militar.

“Não aceito a tese de que a realidade é fixa, que ela não pode mudar”, afirmou ela a jornalistas no término de evento da revista Exame em São Paulo.

“Eu fico pensando: na época na ditadura militar, quando muitos não conseguiam fazer suas matérias, que eram censuradas, se alguém dissesse: ‘É assim mesmo, não tem como mudar, a ditadura nunca vai acabar’. Ainda bem que existiam jovens sonhadores, intelectuais, mulheres e homens que resistiram”, afirmou.

Candidata à Presidência pelo partido Rede, Marina Silva
Candidata à Presidência pelo partido Rede, Marina Silva - Mauro Pimentel - 31.ago.2018/AFP

Marina disse que não é do tipo que se conforma fácil e que poderá superar a desconfiança sobre seu modelo de presidencialismo de proposição, caso vença em outubro.

“Eu não sou do tipo que acha que é assim mesmo. É com as pessoas boas de todos os partidos que nós vamos governar.”

Minutos antes de a presidenciável da Rede subir ao palco do fórum, outro convidado, o economista Persio Arida, responsável pela área econômica do programa de governo de Geraldo Alckmin (PSDB), falou que fazer aliança com o centrão é inevitável.

“Ou você faz a aliança com o centrão antes ou, se for eleito, faz depois. Tão simples quanto isso”, afirmou Arida, lembrando que “Alckmin foi muito criticado” pelo acordo com o bloco de siglas.

Instada pela Folha a comentar a afirmação, a presidenciável da Rede reagiu: “A situação que nos levou para o fundo do poço foi essa lógica. Permanecendo nela, nós vamos para um poço sem fundo”.

Ela disse que sua escolha “é por fazer uma aliança com a população brasileira de bem, com as pessoas de todos os partidos e a sociedade”.

A candidata reiterou à plateia da conferência sua proposta de governabilidade com base em programa. “Quando você não dá a senha do toma lá, dá cá, você pode governar em cima de propostas.”

Ela foi aplaudida de pé ao encerrar o discurso falando que não tem ódio de ninguém (nem “de PT, de PSDB, de PMDB”) e que é capaz de unir o país. “A melhor coisa que eu posso fazer de bom para o Brasil é ganhar essa eleição.”

A presidenciável aproveitou o evento para prometer melhorar o ensino integral e a educação infantil, ampliar creches e promover o uso eficiente dos recursos na área, em conjunto com estados e municípios

“O dinheiro já existe. Se combatermos a corrupção e a ineficiência dos gastos públicos, haverá dinheiro. Tendo credibilidade para o país voltar a investir, haverá dinheiro”, disse.

Marina defendeu o equilíbrio fiscal e o controle das contas públicas e fez comentários negativos sobre a PEC do teto, mas não deixou claro se a revogaria. Afirmou apenas que é possível controlar gastos já na aprovação da lei orçamentária do governo.

“Não precisaria congelar o orçamento público por 20 anos, porque isso é congelar a educação, a saúde, a segurança pública, a infraestrutura”, disse ela, atacando a medida de Michel Temer (MDB).

“Vou controlar o gasto público. E ao mesmo tempo não deixar de investir no que é prioritário”, afirmou.

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