Descrição de chapéu Eleições 2018

Marina Silva diz que parte de um 'patamar excelente' após entrada de Haddad

Presidenciável, em queda nas pesquisas, criticou volta da CPMF sugerida por guru de Bolsonaro

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São Paulo

Em queda nas pesquisas, Marina Silva (Rede) minimizou seus mais recentes resultados nesta quarta-feira (19) e disse estar “partindo de um patamar excelente”. A desidratação dela coincidiu com a entrada de Fernando Haddad (PT), oficializado candidato no último dia 11.

“Este é o patamar em que nós estamos iniciando. Agora nós temos a realidade do processo político, com todas as candidaturas postas”, afirmou ela, que perdeu metade das intenções no Datafolha e hoje tem 8%.

“Eu e Eduardo [Jorge] estamos partindo de um patamar excelente para poder dialogar com os brasileiros e brasileiras nos próximos dias”, completou a ex-senadora, ao falar com repórteres na saída de evento promovido pela revista Veja, em São Paulo.

"Agora é que começou. Eu e Eduardo estaremos no segundo turno. Estamos lutando para isso."

Ela também havia demonstrado confiança no palco, ao ser entrevistada por jornalistas da revista. "Estamos palmo a palmo [com os grandes partidos]. Era sem o candidato do PT. Agora a disputa é para valer. Todos os candidatos estão postos."

Haddad subiu 11 pontos na mais recente pesquisa Datafolha e chegou a 19%. Jair Bolsonaro (PSL), o líder, alcançou 28%. Marina voltou a defender que o voto não seja "privatizado" por candidatos, já que pertence ao cidadão.

A candidata usou o evento para criticar o padrinho político do ex-prefeito, o ex-presidente Lula. Disse discordar da tese do PT de que o petista seja um preso político. "Eu não concordo. Está pagando pelos erros que cometeu", afirmou.

"É preciso acabar com essa história de rouba mas faz. A banalização da corrupção não pode acontecer no Brasil", afirmou. "Infelizmente o Partido dos Trabalhadores se perdeu em projeto de poder pelo poder, da mesma forma que PSDB e MDB."

Desde que a queda de popularidade se acentuou, a presidenciável vem buscando elevar o tom da campanha, com falas mais contundentes. Os principais alvos até agora foram a chapa de Bolsonaro e a candidatura do PT.

A líder da Rede também rechaçou a volta da CPMF, possibilidade aventada pelo guru econômico de Bolsonaro, Paulo Guedes. O economista revelou a proposta a uma plateia reduzida, na terça-feira (18), como revelou a coluna Mônica Bergamo.

"Eu sou contra recriar a CPMF. Nós temos uma proposta de reforma tributária, com princípios de simplificação, de descentralização, de combate à injustiça tributária", afirmou Marina.

Na sabatina, ao responder a perguntas da plateia, a candidata falou que vetaria, se tivesse poder, decisão do Congresso que ampliasse os casos em que o aborto é liberado. Para ela, uma decisão sobre o tema não caberia a deputados e senadores, mas à população como um todo.

"Se tivesse condição de vetar, vetaria. O que eu defendo é o plebiscito. É a melhor forma de resolver questões polêmicas. Se for para ampliar além do que já existe, que seja por plebiscito", reiterou depois aos repórteres.

“Por que só perguntam isso para ela?”, reagiu o vice de Marina, Eduardo Jorge (PV), ao lado da ex-senadora. A presidenciável, que costuma reclamar que questões sobre aborto não são direcionadas na mesma intensidade a outros postulantes, sussurrou: "É engraçado isso".

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