As periferias fazem parte das preocupações dos presidenciáveis e estão nos planos de metas para as eleições 2018? Sim, mas discretamente. Na comparação com 2014, ao menos, houve um aumento.
As propostas registradas pelos 13 candidatos à Presidência da República citam 53 vezes a palavra periferia ou periférica.
Em 2014, dos 12 concorrentes, apenas 2 usaram a expressão: o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), com seis menções, e o senador Aécio Neves (PSDB), uma vez.
Campos morreu em um acidente de avião antes da disputa e sua substituta, Marina Silva, ao registrar a proposta não colocou nenhuma vez a palavra.
As citações foram contabilizadas pela Agência Mural. Para a eleição deste ano, sete concorrentes à Presidência e seis ao governo de São Paulo não citaram o termo em nenhum momento dos planos apresentados.
Nos planos de governo apresentados por Alvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Eymael (DC), Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meirelles (MDB), Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede Sustentabilidade), não houve o uso das palavras periferia ou periférico.
O presidenciável que mais fez referências foi Guilherme Boulos (PSOL), com 36 menções. Entre os temas citados por ele estão a violência contra a juventude negra, necessidade de investimentos em cultura e emprego.
O vínculo com a violência como um problema a ser enfrentado foi a base de boa parte dos políticos.
No plano de Lula (PT), há sete vezes o uso da palavra periferia, inclusive no chamado "Plano Nacional de Redução da Mortalidade da Juventude Negra e Periférica". Lula deve ser substituído por Fernando Haddad.
João Goulart Filho (PPL) apresenta quatro citações. Entre elas, uma proposta relacionada à habitação. "Implementaremos um programa de construção de moradias para a população de baixa renda (até três salários mínimos) e de titulação de terrenos nas comunidades da periferia".
No caso de Vera (PSTU), são três menções relacionadas à violência contra os negros, as mulheres e a comunidade LGBT.
Para a disputa estadual, a periferia aparece de forma mais moderada, mas houve um salto. O termo apareceu oito vezes nos planos de metas de candidatos em 2014, e foram 14 entre os concorrentes de 2018.
O plano de Luiz Marinho (PT) aponta cinco vezes o termo para falar sobre problemas nas escolas. Edson Dorta (PCO) fala em encerrar o "massacre" dos jovens.
Candidato à reeleição, Márcio França (PSB) cita a ideia de estimular a cultura e aborda as dificuldades do transporte.
Paulo Skaf (MDB) havia mencionado entre as propostas de 2014 descentralizar a cultura para áreas periféricas e repetiu o tema no plano registrado.
João Doria (PSDB), Major Costa e Silva (DC), Marcelo Candido (PDT), Rodrigo Tavares (PRTB) não mencionaram o termo.
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