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Militante do PSOL é agredida com socos ao chegar em casa no Rio

Lideranças políticas de esquerda se manifestaram na internet contra o ataque

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Rio de Janeiro

Uma militante do PSOL, identificada apenas como Maria, 45, por questões de segurança, foi agredida na noite desta segunda-feira (24) quando chegava em casa, na Ilha do Governador, zona norte do Rio. O partido diz que a vítima é uma das organizadoras da mobilização Mulheres Unidas Contra Bolsonaro, que reuniu milhões de usuárias nas redes sociais contra o candidato do PSL.

Produtora cultural, Maria coordena a campanha de Sérgio Ricardo Verde, candidato a deputado estadual pelo PSOL. Ela foi atendida na mesma noite da agressão, no Hospital Municipal Evandro Freire, na Ilha. Nesta terça-feira (25), registrou boletim de ocorrência na 37ª Delegacia de Polícia e passou por exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal).

Maria, 45, militante do PSOL agredida com socos na noite desta segunda (24), no Rio de Janeiro
Maria, 45, militante do PSOL agredida com socos na noite desta segunda (24), no Rio de Janeiro - Divulgação

Segundo o boletim, a militante voltava para casa, por volta das 20h15, quando foi abordada por dois homens que desceram de um táxi, que estava parado em frente à sua residência. Um deles deu um soco em seu rosto e Maria começou a gritar por socorro. Em seguida, o segundo deu uma coronhada contra ela, utilizando uma arma de fogo da cor prata. Seu celular foi levado e os dois embarcaram novamente no táxi e fugiram.

De acordo com Sérgio Ricardo, conflitos nas ruas e na internet têm ocorrido desde o início da campanha. Ele diz que Maria é uma pessoa pública, militante que circula nas favelas da cidade e bastante conhecida na região da Ilha. 

Em nota, a Polícia Civil informou que já foi instaurado um procedimento investigatório. Segundo o órgão, diligências estão em andamento em busca de imagens de câmeras de segurança instaladas na região que possam identificar a autoria do fato.

O PSOL se manifestou nas redes sociais, repudiando a agressão e exigindo das autoridades a apuração dos fatos. "Temos certeza de que as mulheres não se intimidarão com mais agressão e farão do dia 29 um marco histórico contra o machismo e a intolerância", diz o texto.

No sábado (29) à tarde, mulheres se reunião na Cinelândia, no centro do Rio, em protesto contra Bolsonaro.

Texto escrito por amiga de Maria, com sua aprovação, diz que ela segue com muitas dores, emocionalmente abalada, mas amparada por amigos pessoais e da campanha.

A nota reforça que Maria é uma das administradoras do grupo Mulheres Contra Bolsonaro. A reportagem checou os grupos públicos do Facebook dedicados ao tema e nenhum têm Maria como administradora. Ainda assim, é possível que ela coordene um grupo secreto, que só possa ser visualizado pelos membros.

Lideranças políticas de esquerda, como Manuela D'Ávila (PC do B), vice de Fernando Haddad (PT), se manifestaram no Twitter contra o ataque.

"Repudiamos e queremos investigação do ataque a Maria (...), uma das organizadoras do ato #MulheresContraBolsonaro no RJ, que foi agredida por três homens armados ontem à noite. A tentativa de calar a voz das mulheres só mostra que não podemos nos render ao ódio e à intolerância", escreveu.

Luciana Genro (PSOL), Marcelo Freixo (PSOL), Lindbergh Farias (PT) e Luiza Erundina (PSOL) também repudiaram a agressão em suas páginas. 

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