Para 87%, Folha deve manter princípio de não apoiar candidato

Entre leitores do jornal, Bolsonaro empata com Alckmin no 1º turno; no 2º turno, vence Haddad

São Paulo

Quase 90% dos leitores da Folha concordam com a decisão do jornal de não apoiar candidatos. A posição de distanciamento é adotada desde o início do Projeto Folha, em 1984, em linha com os princípios editoriais de apartidarismo e pluralismo.

São 8% os que gostariam que a Folha apoiasse uma candidatura, mostra pesquisa feita pelo Datafolha de 15 a 18 de setembro. Foram entrevistados assinantes e leitores secundários (compartilham assinatura impressa ou digital) que acompanham o jornal ao menos uma vez por semana. 

O apoio a candidaturas, por meio de editoriais, é praxe em algumas publicações no Brasil e nos Estados Unidos.

O levantamento do Datafolha mostra também que o candidato Jair Bolsonaro (PSL) empata com Geraldo Alckmin (PSDB) nas intenções de voto dos leitores para o primeiro turno e vence Fernando Haddad (PT) em simulação de segundo turno.

Na pesquisa estimulada para o primeiro turno, Bolsonaro e Alckmin têm 21% das preferências. Em seguida, empatados, estão Ciro Gomes (13%), Fernando Haddad (12%) e João Amoêdo (Novo), com 12%.

Nas simulações de segundo turno, Bolsonaro vence Haddad por 44% a 33% das intenções de voto, e perde de Alckmin por 60% a 25%. Há empate técnico nos cenários em que disputa com Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede). 

Ainda num eventual segundo turno, Alckmin vence Haddad (60% a 26%) e Ciro Gomes (54% a 34%). 

O levantamento ouviu por telefone 707 leitores. A margem de erro é de 4 pontos percentuais para cima ou para baixo, com intervalo de confiança de 95% (ou seja, em 100 pesquisas com a mesma metodologia, 95 estariam dentro dessa margem de erro).

As eleições são assunto de grande interesse para 78% do leitorado, e 94% declaram acompanhar esse noticiário.

A maioria dos leitores avalia a cobertura da Folha como imparcial. Para três quartos, o jornal não está favorecendo nenhum candidato, e 77% dizem que nenhum deles está sendo prejudicado.

Dentre os leitores para os quais há candidatos sendo favorecidos, 7% apontam Fernando Haddad (PT), 5% dizem que Jair Bolsonaro (PSL) tem tido cobertura favorável e 4% apontam Geraldo Alckmin.

Os que afirmam que a Folha prejudica um candidato mencionam Bolsonaro (8%), Haddad (3%), Alckmin (2%) e João Amoedo (Novo) e Ciro Gomes (PDT), com 1% cada.

A cobertura eleitoral da Folha é positiva para 82% (26% a consideram ótima e 56%, boa). Qualidade das matérias e imparcialidade do jornal foram os aspectos positivos mais citados, espontaneamente —por 32% e 28%—, e 30% acham que o desempenho do jornal está melhor que o das eleições de 2014.

São 2% os que avaliam que a cobertura é ruim ou péssima, e para 14% ela é regular. Dentre os pontos negativos, 22% mencionaram parcialidade do jornal; para 9% dos leitores, o maior problema são informações incompletas sobre os candidatos.

Para 35%, a cobertura deste ano está igual à de 2014.

O Datafolha também pesquisou a intenção de voto para governador dos leitores do estado de São Paulo: João Doria (PSDB), com 24%, Paulo Skaf (MDB), 23%, e Márcio França (PSB), 18%, estão tecnicamente empatados. Foram 508 leitores ouvidos por telefone nos dias 15, 17 e 18.

A pesquisa foi registrada no TSE, com o número BR-01843/2018 / SP-05611/2018.

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