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Temas da disputa ao Planalto invadem debate de candidatos ao governo de São Paulo

Postulantes foram confrontados sobre presidenciáveis em debate promovido por Folha, UOL e SBT

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São Paulo

Temas da disputa ao Planalto invadiram o debate com os candidatos ao governo de São Paulo promovido pela Folha em parceria com o UOL e o SBT nesta quarta (19). Nos três blocos, postulantes ao cargo foram confrontados por adversários e jornalistas sobre declarações e propostas dos presidenciáveis de seus partidos ou coligações.  

Tecnicamente empatado com Paulo Skaf (MDB) na liderança das últimas pesquisas, o tucano João Doria aproveitou todos os momentos para acenar ao eleitor antipetista paulista, e escalou as críticas ao candidato do PT ao Planalto, Fernando Haddad, lembrando que o ex-prefeito de São Paulo não conseguiu se reeleger perdendo para ele ainda no primeiro turno em 2016.  

Os candidatos ao governo de São Paulo participam de debate promovido por Folha, UOL e SBT
Os candidatos ao governo de São Paulo participam de debate promovido por Folha, UOL e SBT - Eduardo Knapp/Folhapress

“Em um ano de gestão fizemos mais do que nos quatro anos do seu candidato, o Haddad”, disse Doria, já respondendo também à crítica constante de que deixou a prefeitura com pouco mais de um ano no cargo, para disputar o governo do estado. 

Primeiro nas pesquisas de intenção de voto ao Planalto, Jair Bolsonaro (PSL) também esteve presente em vários momentos do debate ao governo paulista, em perguntas sobre segurança e mulheres.   

Respondendo a uma pergunta da candidata do PSOL, Professora Lisete, sobre um projeto de lei proposto por Bolsonaro para que o SUS (Sistema Único de Saúde) não seja mais obrigado a atender vítimas de violência sexual, o candidato do PT, Luiz Marinho, elogiou o “bonito movimento Ele Não”, de mulheres contrárias ao deputado federal, e disse que evitaria “até mencionar o nome” do presidenciável.

Segundo Marinho, Bolsonaro representa “um grande retrocesso na política brasileira”.

“Ele é um parlamentar há quase 30 anos e aprovou três projetos”, disse o petista, acrescentando, no entanto, que a baixa quantidade de projetos de Bolsonaro talvez tenha sido, na verdade, positiva. “Com o que ele pensa, imagina [o que aconteceria] se ele aprovasse mais leis.”

Lisete, nas considerações finais, também convocou as mulheres a um protesto contra o candidato do PSL ao Planalto, que chamou de “o coiso”, na próxima semana. 

Doria, por sua vez, aproveitou uma pergunta ao candidato Rodrigo Tavares, do PRTB, partido da coligação de Bolsonaro, sobre segurança pública para destacar as suas propostas. “Temos uma proposta bastante dura para a segurança pública no estado de São Paulo. Vamos colocar a polícia nas ruas, implementar um novo padrão para a polícia militar e a polícia civil, melhorar as condições salariais dos policiais”, disse o candidato tucano.

Tavares foi confrontado com declarações do candidato a vice de Bolsonaro, o general da reserva Hamilton Mourão, de que famílias pobres “sem pai e avô, mas com mãe e avó” são “fábricas de desajustados” que fornecem mão de obra ao narcotráfico.

Segundo o candidato do PRTB, a frase de Mourão “foi pinçada de um contexto maior”. “O contexto era as favelas do Rio onde, de fato, a força policial chegou e expulsou os bandidos e não houve, naquele momento, uma aproximação do Estado. E as mulheres que ali estão estão carentes dessa proteção do Estado”, afirmou.

A prévia de audiência foi de 4 pontos na Grande São Paulo, segundo a Folha apurou. Os dados são preliminares e ainda podem sofrer alterações. Cada ponto no Ibope, em São Paulo, são 71 mil domicílios.

Lula

Vestido com uma camiseta vermelha com o rosto do ex-presidente Lula, preso em Curitiba por lavagem de dinheiro e corrupção, Marinho afirmou que o líder petista foi “preso de forma injusta” e que o Judiciário tem “atuado de forma transversa” no caso de Lula. “Na sentença não tem uma única prova.”

Ao ser chamado de marqueteiro por Marinho no debate, Doria mencionou a camiseta do adversário para argumentar que é o petista quem faz um “marketing do mal”. O tucano também bateu em Marinho dizendo que o PT criou, durante 13 anos no poder federal, estatais que geraram bilhões de prejuízo. 

O governador Márcio França (PSB), candidato à reeleição e que está atrás de Doria e Skaf, partiu mais uma vez para o confronto com o último. Nesta vez, no entanto, ele não vinculou o emedebista ao presidente Michel Temer, mas optou por citar as denúncias do presidente licenciado da Fiesp pela Lava Jato, que investiga doações ao candidato na campanha de 2014. Segundo a Polícia Federal, há indícios de que Skaf recebeu R$ 5,1 milhões da Odebrecht em caixa dois naquele pleito.

O candidato do MDB respondeu que as citações a ele na Lava Jato foram feitas por pessoas “sem credibilidade” e que não há prova de que ele “tenha recebido qualquer recurso ou pago qualquer recurso ilegal”. “Toda minha campanha foi legal.”

Outros candidatos que tiveram que responder sobre denúncias foram Marinho e Marcelo Candido (PDT). 

O petista foi questionado sobre a acusação de fraude e corrupção na licitação e construção do Museu do Trabalho e do Trabalhador em São Bernardo, pela qual é réu. “Ser réu não é culpado. Tem um condenado aqui nesse debate e não sou eu. Desafio qualquer um a comprovar que houve desvio na obra do museu, que aliás, é uma bela obra”, disse Marinho.

O petista se referia a Candido, que tem condenação por improbidade administrativa por contratações emergenciais de funcionários em 2005, quando foi prefeito de Suzano (SP). Ele recorreu da decisão e segue com a agenda de candidato normalmente. 

No debate, ele disse que a explicação para sua condenação era “bastante simples”. “Basta o eleitor conferir quais foram as razões que levaram à rejeição das contas e como se deu o processo de votação dessas contas na câmara municipal”, disse, citando que há “interesses que estão acima do interesse público”. 

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