Veja erros e acertos de Henrique Meirelles na sabatina

A Lupa checou as declarações do emedebista na sabatina promovida por Folha, UOL e SBT

São Paulo | Agência Lupa

“Se falou muito no botão de pânico. [Eu disse] ‘Tá bom, eu quero ver o botão de pânico’. ‘Não, não tem nenhum funcionando ainda, o sistema não está operacional’. Só tem a conversa, o botão mesmo, não”
FALSO
 De acordo com o Conselho Nacional de Justiça, o botão de pânico já é utilizado em varas especializadas no atendimento à mulher nos tribunais de Justiça de Espírito Santo, São Paulo, Paraíba, Maranhão e Pernambuco. O TJ-ES foi pioneiro na implantação do equipamento, formalmente chamado de Dispositivo de Segurança Preventiva, em 2013. Naquele ano, 12 mortes de mulheres em situação de violência doméstica foram evitadas no estado, segundo a juíza Hermínia Maria Silveira Azoury, coordenadora das varas de violência doméstica e familiar contra a mulher. No total, cem botões de pânico foram distribuídos pela Justiça no ES em 2013. Em São Paulo, o município de Limeira foi o primeiro a distribuir 50 dispositivos, que funcionam desde 2016. Procurado, Meirelles não respondeu.

“Tudo [no Brasil] é transportado por caminhão: 90% ou mais”
EXAGERADO
 O Plano Nacional de Logística indica que os caminhões transportam 65% das cargas no país. As ferrovias, em segundo lugar, respondem por 15% do volume. Já a Confederação Nacional dos Transportes mostra que o sistema rodoviário é responsável pelo tráfego de 60% das cargas. O número citado por Meirelles corresponderia ao tráfego de passageiros: 90% dele é feito por rodovias. Procurado, Meirelles não respondeu.

“Eu apresentei 15 projetos no Congresso Nacional visando a aumentar a taxa de crescimento, a taxa de renda e o número de empregos”
EXAGERADO
 Em fevereiro de 2018, ministros do governo Michel Temer apresentaram 15 projetos para estimular o crescimento da economia. Desses 15 projetos, somente cinco foram, de fato, apresentados pelo Poder Executivo durante a gestão de Meirelles. Outros nove são de autoria de congressistas, e um deles, a reforma do PIS/Cofins, ainda não foi formalmente apresentado ao Congresso. Até o momento, um desses projetos, referente à reoneração da folha de pagamento, foi aprovado e sancionado com veto parcial, e outro, sobre a extinção do fundo soberano, foi apresentado como medida provisória —que, posteriormente, foi rejeitada pelo Congresso. Procurado, Meirelles não respondeu.

“Criamos 2 milhões de empregos no ano de 2017”
VERDADEIRO, MAS
 Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (Pnadc/T), do IBGE, entre o 4º trimestre de 2016 e o 4º trimestre de 2017, o número de pessoas ocupadas no Brasil subiu de 90,262 milhões para 92,108 milhões —um crescimento de 1,846 milhão. Mas esse crescimento ocorreu no setor informal —e vale ressaltar que no 1º trimestre deste ano, esse número voltou a cair para 90,581 milhões. Já as vagas formais caíram em 2017. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), naquele ano, o setor privado perdeu 20.832 vagas com carteira assinada.

“A minha candidatura está crescendo”
VERDADEIRO, MAS
 Henrique Meirelles tinha 3% das intenções de voto na pesquisa mais recente divulgada pelo Ibope, em 11 de setembro. No levantamento anterior, de 4 de setembro, ele tinha 2% e, em agosto, 1%. Já o Datafolha mostra que a intenção de voto em Meirelles oscilou de 1% a 2% em agosto para 3% em setembro. Mas vale ressaltar que essas variações estão dentro da margem de erro das pesquisas, que é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

“Em 2016, apenas as despesas previdenciárias [eram] 51% do Orçamento. Em 2017, foram 57%”
VERDADEIRO
 Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que a participação da Previdência na despesa primária do governo central subiu de 53,4%, em 2016, para 57,4%, em 2017.

Verdadeiro A informação está correta.  Verdadeiro, mas Está correto, mas o leitor merece mais explicações.  Exagerado Está no caminho correto, mas houve exagero  Falso A informação está incorreta.

Chico Marés, Clara Becker , Leandro Resende , Nathália Afonso e Plínio Lopes
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