O atual governador de Mato Grosso de Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), disputará o segundo turno das eleições no estado com um novato na política, o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira (PDT). Azambuja conseguiu 44,6% dos votos válidos e Odilon 31,6%.
Em meio à campanha, Azambuja, 55, foi alvo de uma operação policial sob suspeita de participar da cobrança de propinas em troca da concessão de benefícios fiscais à JBS. A investigação prendeu seu filho, Rodrigo de Souza e Silva, solto depois de cinco dias, e promoveu buscas e apreensões na sua residência em Campo Grande.
O governador, que disse ser inocente, afirmou que a investigação foi "intempestiva e midiática", alegando que o programa de créditos foi aplicado a mais de mil empresas.
O tucano tem aprovação de 46% da população, segundo o Ibope, e saiu candidato com o apoio de 12 partidos. Produtor rural e dono de patrimônio milionário, ele encerrou um ciclo de 20 anos de alternância entre PT e MDB, no governo estadual.
Entre suas principais propostas de campanha, prometeu ampliar programas de incentivos fiscais para geração de empregos, trabalhar por uma rota de escoamento da produção do estado até o oceano Pacífico e dar continuidade ao atendimento de saúde em unidades móveis.
Já Odilon, 68, ganhou destaque por sua atuação no combate ao tráfico de drogas e ao crime organizado, na fronteira com o Paraguai. No ano passado, se aposentou com planos de concorrer ao governo. Foi a primeira eleição disputada pelo ex-magistrado.
O juiz disse ter feito uma campanha do "tostão contra o bilhão", e prometeu uma "mudança moral" em MS. "Qual é o estado que você quer: com corrupção ou sem?", perguntou na campanha.
Além da operação que mirou Azambuja, citado na delação da JBS, e da prisão e delação do ex-senador petista Delcídio do Amaral (atualmente candidato ao Senado pelo PTC), o xadrez eleitoral em Mato Grosso do Sul foi abalado com a prisão do ex-governador André Pucinelli (MDB), em julho.
Suspeito de fraudes em licitações e cobrança de propinas, ele era cotado para disputar o governo novamente. Ainda detido, ele diz ser inocente e afirma que sua prisão teve motivação política.
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