Descrição de chapéu Eleições 2018

Bolsonaro não apoiará Doria em São Paulo, afirma Major Olímpio

Ex-prefeito de São Paulo tenta pegar carona em onda de popularidade bolsonarista

Guilherme Seto
São Paulo

No que depender de Jair Bolsonaro (PSL), o flerte do tucano João Doria (PSDB) resultará numa história de amor não correspondido. É o que diz o deputado federal Major Olímpio (PSL), recém-eleito senador pelo estado de São Paulo.

Olímpio diz não haver a "menor chance" de o presidenciável apoiar o tucano em sua disputa com Márcio França (PSB) pelo governo do estado. Segundo o deputado, já está acertado que o partido terá posição de "neutralidade".

"Neutralidade. Temos objetivo maior que é a eleição de Bolsonaro. Não vamos entrar nessa briga doméstica aqui em São Paulo. Jamais [terá vídeo de Bolsonaro para Doria]. Bolsonaro não vai tomar posição na eleição em São Paulo", diz Olímpio, que é presidente do diretório paulista do PSL e coordenador de campanha de Bolsonaro em São Paulo.

No começo do mês, o deputado gravou vídeo em que rejeitava o voto BolsoDoria e dizia que "bolsonaristas não votam em Doria". Ele segue crítico ao tucano e diz que ninguém o verá "em palanque do PSDB". No entanto, diz que o vídeo tinha relação com o primeiro turno da campanha.​

O deputado federal Major Olímpio (PSL) durante entrevista à Folha
O deputado federal Major Olímpio (PSL) durante entrevista à Folha - Rafael Hupsel/Folhapress

"Achei extremamente antiético da parte do pessoal de campanha dele plantar o voto 'BolsoDoria' quando nós, apoiadores de Bolsonaro, tínhamos um candidato, o Rodrigo Tavares (PRTB). Meu vídeo foi em relação a isso. Independente se o Doria está falando em Bolsonaro por oportunidade eleitoral ou não, conversei com Bolsonaro e [Gustavo] Bebianno [presidente do PSL] e o partido deverá ter uma posição de neutralidade. O partido não vai se posicionar em São Paulo. Nosso foco será na eleição de Bolsonaro, liberando nossos quadros para agirem como acharem mais adequado no estado", afirma.

No vídeo, Olímpio diz que a estratégia de Doria de aproximar-se de Bolsonaro enquanto seu candidato, Geraldo Alckmin (PSDB), não crescia nas pesquisas, era "oportunismo". Ele diz que trata-se de algo "legítimo" no segundo turno.

"É lógico que ele quer pegar uma carona na popularidade do Bolsonaro. Entendo que agora é legítimo. Lá atrás, quando tínhamos candidato a governador, foi antiético, no mínimo", finaliza.

Doria flertava com o bolsonarismo desde o fim do primeiro turno, mas não o fazia abertamente para evitar indisposição com Alckmin. No entanto, oficializou apoio ao capitão reformado do Exército em seu primeiro pronunciamento após o fim do primeiro turno.

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