Cabral fica sem TV e visitas após ser flagrado com mais de R$ 100 em cela

Flagrante ocorreu durante fiscalização da Corregedoria da Seap em conjunto com o Ministério Público

Rio de Janeiro | UOL

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral, preso em unidade destinada a presos da Lava Jato no Presídio Pedrolino Werling, conhecido como Bangu 8, ficará dez dias sem visitas e sem acesso à televisão.

A punição foi dada após Cabral ter sido flagrado na cela com quantia de dinheiro acima da permitida. O flagrante ocorreu na manhã desta terça-feira (9) durante fiscalização da Corregedoria da Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) em conjunto com o Ministério Público.

A Seap não informou a quantidade de dinheiro que cada detento portava no momento da fiscalização. Por lei, cada preso pode ter no máximo R$ 100 na cadeia.

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral, que foi punido após ser flagrado com mais de R$ 100 em cela
O ex-governador do Rio Sérgio Cabral, que foi punido após ser flagrado com mais de R$ 100 em cela - Victor R. Caivano - 18.abr.2012/AP

De acordo com a pasta, trata-se de "uma nova prática de fiscalização em conjunto que passará a ser rotina nas unidades prisionais do estado", disse a secretaria por meio de nota.

Um segundo interno também foi flagrado na mesma situação que Cabral e sofrerá as mesmas sanções do ex-governador.

A reportagem do UOL procurou o advogado de Cabral, Rodrigo Roca, mas ele ainda não se manifestou.

Irregularidades na prisão

No começo do ano, Cabral chegou a ser transferido para o Paraná após terem sido identificadas regalias nas prisões de Benfica, na zona norte carioca, e de Bangu, na zona oeste, por onde passou.

O pedido de transferência foi feito pelo MPF (Ministério Público Federal) e aceito pelos juízes Sergio Moro, de Curitiba, e Caroline Vieira Figueiredo —substituta de Marcelo Bretas durante suas férias no Rio.

No pedido, os promotores citaram uma "rede de serviço e favores" montada para o ex-governador dentro da cadeia, como a tentativa de instalação de uma "videoteca" com home theatre no presídio de Benfica, forjando a doação dos equipamentos por meio de uma igreja; produtos de delicatessen, como queijos, frios e bacalhau (resolução da Seap proíbe alimentos in natura nas celas); registro de visitas do filho Marco Antônio Cabral e de outros deputados fora do horário permitido; livre circulação no presídio e recebimento direto de encomendas sem vigilância, o que também é proibido.

Preso desde novembro de 2016, o ex-governador do Rio foi alvo de 25 denúncias e soma mais de 180 anos de condenação no âmbito da Operação Lava Jato. As condenações são por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e pertencimento a organização criminosa. 

Atualmente, Cabral está no presídio de Bangu 8. Ele retornou ao Rio em abril após decisão da Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal). Os advogados de Cabral alegaram que a defesa dele estava sendo prejudicada, já que os depoimentos ocorriam através de videoconferência. No Rio, ele pode comparecer pessoalmente diante do juiz.

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