Descrição de chapéu Eleições 2018

Último debate com presidenciáveis teve mais público do que em 2014

Encontrou superou em 1,9 pontos a audiência medida pelo Ibope nas eleições passadas

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Henrique Meirelles (MDB), Alvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT) , Guilherme Boulos (PSOL), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e Fernando Haddad nos estúdios da Globo, no Rio - Daniel Ramalho/AFP
São Paulo

Realizado pela Rede Globo na noite de quinta (4), o último debate de presidenciáveis antes das eleições no primeiro turno —programada para este domingo— teve público superior àquele que foi registrado em 2014.

A média de audiência divulgada pelo Ibope, neste ano, ficou em 22 pontos, contra os 20,9 registrados em outubro daquele ano, quando Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), entre outros candidatos, disputaram uma vaga para o segundo turno.

Os índices da Kantar Ibope são referentes à Grande São Paulo. Cada ponto equivale a 201,1 mil espectadores.

O debate da Globo teve melhor desempenho agora mesmo com uma concorrência inesperada: o candidato Jair Bolsonaro (PSL), líder nas pesquisas de intenção de voto, concedeu entrevista à Record no mesmo horário.

Na faixa entre 22h05 e 22h32 desta quinta (4), na qual exibiu a entrevista com Bolsonaro, o Jornal da Record marcou 13,6 pontos de média. Foi mais do que a metade da média que atingiu o debate com os candidatos concorrentes, na Globo, entre 22h e 1h da manhã.

Com a entrevista surpresa, a Record ficou no segundo lugar isolado e bateu seu recorde de audiência para o horário, segundo a emissora.

A entrevista com Bolsonaro foi anunciada no início da noite, quatro horas antes de ser exibida, e foi marcada por tom ameno. Dias antes, o bispo Edir Macedo, dono da Record, havia divulgado apoio ao candidato pelo Facebook.

Quando souberam que a entrevista aconteceria no mesmo horário do debate programado pela Globo, advogados de Ciro Gomes (PDT) e de Geraldo Alckmin (PSDB) chegaram a elaborar petições para barrá-la no Tribunal Superior Eleitoral, mas recuaram a pedido dos candidatos.

Ainda assim, O TSE recebeu quatro representações contra a Record —porém sem os pedidos de cancelamento. Elas são de autoria das coligações de Fernando Haddad (PT), Marina Silva (Rede), Guilherme Boulos (PSOL) e Henrique Meirelles (MDB).

No tribunal, há outras cinco ações contra a Band TV pela mesma razão: a emissora transmitiu entrevista de 46 minutos com Bolsonaro (PSL) no programa Brasil Urgente no dia 28 de setembro.

As representações foram registradas por Marina Silva (Rede), Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (PSOL).

Também há representações contra a rádio Jovem Pan, que fez uma entrevista de 26 minutos com Bolsonaro no dia 24 de setembro.

A lei estabelece que "é vedado às emissoras de rádio e televisão, em sua programação normal e em seu noticiário dar tratamento privilegiado a candidato, partido ou coligação" durante o período eleitoral.

Segundo especialistas ouvidos pela Folha, o que poderia caracterizar tratamento privilegiado na entrevista exibida pela Record seria a sua duração e também o conteúdo —caso se aproxime mais do perfil de palanque do que do exercício de jornalismo. A lei é aberta a interpretações e não impõe limite de minutagem.

A ausência de Bolsonaro no debate da Globo foi criticada pelos sete candidatos que compareceram: além de Marina, Alckmin, Ciro, Meirelles, Haddad e Boulos, o evento teve a presença de Alvaro Dias (Podemos).
Marina foi aplaudida quando disse que Bolsonaro "mais uma vez amarelou". A ausência do candidato foi justificada por sua condição de saúde e por recomendação médica.

O candidato foi esfaqueado no início de setembro, quando fazia ato público em Juiz de Fora (MG). Por causa do ataque, ele foi internado e passou por duas cirurgias.

Não foi apenas por sua ausência que o capitão reformado foi criticado. Seus concorrentes voltaram a associar a figura de Bolsonaro a um perfil autoritário.

"Não dá para fingir que está tudo bem. Faz 30 anos que saímos de uma ditadura. Muita gente morreu, muita gente foi torturada, até hoje tem mãe que não conseguiu enterrar seu filho", disse Boulos.

"Temos que botar a bola no chão e dizer ‘ditadura nunca mais’", declarou. Haddad concordou com "os riscos que estamos correndo".

O petista também foi alvo dos adversários em diversos momentos. Alvaro Dias ironizou sua participação no debate. O candidato do Podemos pediu para que Haddad entregasse uma carta a Lula, onde supostamente havia uma questão sobre o programa de governo petista.

A sugestão era de que Haddad estava ali apenas como um representante do ex-presidente, que teve sua candidatura caçada no fim de agosto, cinco meses após sua prisão.

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