Descrição de chapéu Eleições 2018 Lava Jato

Com caciques presos, MDB vê bancada encolher na Alerj

De 12 deputados, o partido passará a ter apenas cinco

Ana Luiza Albuquerque
Rio de Janeiro

Se hoje o MDB conta com a maioria das cadeiras da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), o cenário será bem diferente na próxima legislatura. De 12 deputados, o partido passará a ter apenas cinco, mesmo número do PSOL, atrás do DEM (seis) e do PSL (13).

O declínio do partido no estado, atingido pela Lava Jato, tem como principal símbolo a prisão de seus caciques. Enquanto o ex-governador Sergio Cabral cumpre pena em Bangu 8, o deputado estadual Jorge Picciani, que tinha forte influência na Alerj, se encontra em prisão domiciliar desde março.

O deputado Jorge Picciani
O deputado Jorge Picciani - Folhapress

Seus companheiros de bancada, Paulo Melo e Edson Albertassi, continuam presos em Benfica desde o fim do ano passado.

Os três foram presos em função das investigações da Operação Cadeia Velha, desdobramento da Lava Jato no estado. Eles são acusados de ter beneficiado empresas de ônibus com leis e incentivos fiscais em troca de propina.

Da antiga turma do MDB, apenas três permanecerão na Alerj —​Marcio Canella, segundo mais votado no estado, Rosenverg Reis e Gustavo Tutuca. Entram para a bancada Max e Franciane Motta. O filho de Picciani, Rafael, atual líder da bancada do partido, decidiu não concorrer à reeleição. 

A ruína do MDB coincide com a ascensão do PSL. Em comunhão com o cenário nacional, a legenda do presidenciável Jair Bolsonaro passou de dois para 13 deputados, mais que o dobro do DEM, segundo partido com a maior bancada. Entre os cinco parlamentares mais votados, quatro são novatos do PSL. 

O PSOL, com cinco deputados eleitos, firma-se como a principal força de esquerda no estado, mantendo a dianteira sobre o PT, que elegeu três.

Entre os cinco, estão três ex-assessoras da vereadora Marielle Franco, assassinada no início do ano: Renata Souza, Mônica Francisco e Dani Monteiro.

Com a saída de Marcelo Freixo para a Câmara dos Deputados, o partido precisará escolher um novo líder.

Não serão poucas as mudanças. A Alerj terá 36 novos deputados na próxima legislatura --mais da metade dos 70 parlamentares da Casa.

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