Correto é afirmar que não há caminho fora da Constituição, diz Temer

Presidente diz que é necessário romper 'ciclo perverso' de mudar Estado a cada 20 ou 30 anos

Laís Alegretti
Brasília

A três dias do primeiro turno das eleições, o presidente Michel Temer fez um discurso nesta quinta-feira (4) para defender que o correto é afirmar que não há caminho fora da Constituição Federal e que o país deve romper um "ciclo perverso" de mudar o Estado a cada duas ou três décadas.

“Num momento em que cada um pensa de uma maneira e, ao pensar, esteja onde estiver, seja no Estado ou na iniciativa privada, poderá achar que poderá o seu pensamento ser o condutor da própria sociedade. E isso não é correto. O correto é dizer, reiterar, enaltecer, ressaltar, repetir, afirmar e reafirmar que não há caminho fora da Constituição Federal”, disse Temer.

 
Presidente da República, Michel Temer
Presidente da República, Michel Temer - Carl de Souza - 27.set.2018/AFP

O general Hamilton Mourão (PRTB), candidato a vice de Jair Bolsonaro (PSL), defendeu que o país faça uma nova Constituição, mais enxuta e focada em "princípios e valores imutáveis".

O candidato do PT, Fernando Haddad, disse que trabalhará para criar as condições de redigir uma nova Constituição, se eleito.

Temer, que assumiu o cargo em 2016, após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, disse que o voto representa uma procuração que o eleitor dá para o político exercer o poder. 

"Eleição elege aqueles que governam e aqueles da oposição. [...] É meu dever aproveitar este momento, na véspera do aniversário da Constituição, para fazer essa espécie de pregação", afirmou, durante evento no Palácio do Planalto.

Temer disse, ainda, que um país conquista estabilidade institucional quando tem instituições consolidadas.

“No nosso histórico constitucional, temos períodos curtos de Estado. Ou seja, nosso Estado precisa ser reformulado a cada período. Temos vocação extraordinária para cada 25 anos, 30 anos, achar uma crise institucional, econômica, politica e é preciso criar um novo Estado", criticou.

Em seguida, o presidente classificou como "ciclo perverso" a necessidade de mudar o Estado de forma periódica e defendeu a atual Constituição.

"A nossa Constituição, embora muito detalhada, pormenorizada, ela soube amalgamar princípios do liberalismo com os do socialismo", disse.

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