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Disputa presidencial pauta debate entre candidatos ao Senado por São Paulo

Suplicy, Major Olímpio e Tripoli tratam de temas discutidos por PT e Bolsonaro nacionalmente

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Eduardo Suplicy (PT), Major Olímpio (PSL) e Trípoli (PSDB) durante debate com os candidatos ao Senado
Eduardo Suplicy (PT), Major Olímpio (PSL) e Trípoli (PSDB) durante debate com os candidatos ao Senado - Eduardo Anizelli/Folhapress
São Paulo

O debate entre candidatos ao Senado pelo estado de São Paulo promovido pela Folha nesta segunda-feira (1º) foi pautado, em grande medida, pela polarização entre os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) na disputa presidencial.

Compareceram os candidatos Eduardo Suplicy (PT), Major Olímpio (PSL) e Tripoli (PSDB).

Folha convidou os seis primeiros colocados na mais recente pesquisa Datafolha, divulgada na sexta-feira (28).

Segundo o levantamento, Suplicy tem 26%. Em seguida, Mara Gabrilli (PSDB), Mario Covas Neto (Podemos) e Major Olímpio estão tecnicamente empatados, com 17%, 15% e 14%, respectivamente. No segundo pelotão, estão Maurren Maggi (PSB), com 10%, e Tripoli, com 9%.

Folha fez os convites na sexta-feira (28). Mara Gabrilli, Covas Neto e Maurren Maggi informaram já ter compromissos de campanha agendados e, por isso, não participam do debate.

No debate, Suplicy teve que responder por sua proximidade com o ex-presidente Lula (PT), atualmente preso em Curitiba, e sobre o plano de governo de Haddad. Olímpio, por sua vez, foi pressionado devido aos ataques de Bolsonaro a sindicatos, aos discursos agressivos do presidenciável e à proposta de Constituinte sem parlamentares do vice de Bolsonaro, general Hamilton Mourão (PRTB).

Eduardo Suplicy (PT) durante debate de candidatos ao Senado promovido pela Folha
Eduardo Suplicy (PT) durante debate de candidatos ao Senado promovido pela Folha - Eduardo Anizelli/Folhapress

Tripoli (PSDB) afirmou que propostas do programa de governo de Haddad contêm a ideia de acabar com a Lava Jato e órgãos de controle, estimulando o controle social das instituições.

Major Olímpio disse que a volta do PT à Presidência seria um "retrocesso", significaria o "enfraquecimento do Ministério Público e das polícias". "Nós nos transformaríamos em um fac-símile da Venezuela".

Olímpio, então, ressaltou que nunca ouviu o nome de Suplicy em escândalos de corrupção, mas criticou-o pela proximidade com Lula.

Suplicy, então, respondeu que tem convicção de que "Lula terá a oportunidade de, perante o STF, explicar por que não cometeu nenhum ato de enriquecimento ilícito e por que as decisões de Sergio Moro são baseadas em suposições e nenhuma prova concreta".

Ele lembrou do pedido que fez para dividir a cela com Lula. Como isso não foi permitido, ele atualmente se encontra na fila para visitá-lo na prisão.

Por sua vez, Suplicy disse que um apoiador do PT foi agredido com um soco no rosto neste domingo (30) durante as manifestações a favor de Jair Bolsonaro (PSL) em São Paulo. Ele avaliou que os apoiadores do candidato incentivam o ódio.

Tripoli (PSDB) durante debate de candidatos ao Senado promovido pela Folha
Tripoli (PSDB) durante debate de candidatos ao Senado promovido pela Folha - Eduardo Anizelli/Folhapress

Major Olímpio disse que é difícil responder por apenas um apoiador diante da multidão, mas destacou que "uma agressão de qualquer natureza é inadmissível". Ele também pediu que os partidários de Bolsonaro e dele respeitam a liberdade que as pessoas têm de escolherem outros candidatos.

"Sou legalista. Jamais posso incentivar qualquer ato de força desmedida em qualquer situação", disse o candidato, que tem como suas principais metas a redução da maioridade penal e a revogação do estatuto do desarmamento.

Sobre uma nova Constituinte, Olímpio disse divergir da proposta do vice de Mourão de chamar um conselho de notáveis para elaborar uma nova Constituição, sem a participação de parlamentares.

Major Olímpio (PSL) durante debate de candidatos ao Senado promovido pela Folha
Major Olímpio (PSL) durante debate de candidatos ao Senado promovido pela Folha - Eduardo Anizelli/Folhapress

Suplicy disse que Haddad, que tem em seu programa uma proposta de reforma da Constituinte por uma assembleia exclusiva escolhida pelo voto, sabe da necessidade de dialogar com a população antes de modificar a Constituição, e que isso seria de forma transparente e democrática, ouvindo as demandas públicas.

Tripoli, cuja estratégia no debate foi a de criticar o PT e apresentar suas propostas, defendeu a necessidade de um estado menor, com privatizações estratégicas. O tucano levantou como bandeira a mudança no pacto federativo porque, segundo ele, São Paulo arrecada R$ 555 bilhões e recebe apenas R$ 30 bilhões em investimentos da União.

Sobre corrupção, Suplicy tornou-se alvo ao ouvir críticas de Tripoli, que disse que o PSDB "não passa a mão na cabeça" de partidários que eventualmente possam cometer erros, referindo-se nominalmente ao ex-presidente Lula. O petista disse que sempre foi pioneiro ao implementar mecanismos de transparência em seu gabinete. Olímpio defendeu que crimes de corrupção sejam classificados como hediondos.

Sobre oportunidades a mulheres, Olímpio disse que a Constituição já prevê igualdade entre pessoas de diferentes gêneros, e disse que o Ministério Público tem que fiscalizar as empresas para checar se isso está sendo cumprido. Suplicy e Tripoli disseram que não basta o que diz o apoiador de Bolsonaro.

O tucano disse que o "empoderamento das mulheres ainda não é realidade" no mercado de trabalho, no qual elas sofrem de desigualdade de oportunidades. Assim como Suplicy, defendeu a criação de políticas para garantir que as mulheres tenham acesso aos mesmos postos que os homens.

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