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Doria e França evitam polêmicas e dão trégua a ataques em debate

Candidatos priorizaram propostas em evento organizado por Folha, UOL e SBT

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São Paulo

A menos de uma semana das eleições, os candidatos ao governo de São Paulo João Doria (PSDB) e Márcio França (PSB) minimizaram as críticas e evitaram ataques pessoais pela primeira vez em um debate do segundo turno, nesta terça-feira (23), em encontro organizado por Folha, UOL e SBT. 

Ao contrário dos encontros anteriores, Doria e França priorizaram a discussão de propostas e não fizeram questionamentos sobre o caráter um do outro ou sobre os seus aliados políticos. Algumas vezes, disseram discordar do plano de governo do opositor, mas respeitar as suas posições.

A mudança de postura ocorreu no mesmo dia em que um vídeo circulou em redes sociais mostrando suposta gravação de Doria em orgia. O tucano negou a autenticidade do vídeo e pediu investigação sobre o caso.

Debate entre os candidatos ao governo de São Paulo, João Doria e Márcio França, organizado por Folha, UOL e SBT - Danilo Verpa/Folhapress

Também foi a primeira vez em um debate de segundo turno que a mulher do ex-prefeito de São Paulo, a artista plástica Bia Doria, acompanhou o marido. Ela foi citada duas vezes pelo candidato, além dos seus três filhos.

Depois do debate, Bia falou que o vídeo era mentira e que conhece o corpo do marido.

A própria claque dos candidatos, que costumava disputar nos gritos e até bater boca nos debates anteriores, se comportou. Os apoiadores de Doria só se manifestaram no começo do debate, e foram repreendidos pelo apresentador Carlos Nascimento, e após as considerações finais.

As críticas, quando feitas pelos candidatos, evitavam ataques diretos. França repetiu que cumpre seus compromissos e pediu, no fim, que o eleitor considere os princípios dos candidatos e de seus comportamentos. Ele tem criticado Doria por ter renunciado à prefeitura para concorrer ao governo.

Os candidatos só tocaram em temas polêmicos ao responder aos questionamentos dos jornalistas, no segundo bloco.

Doria, questionado sobre o vídeo, criticou a divulgação de notícias falsas disse que ele e sua família foram agredidos. "Não imaginava que a campanha pudesse chegar a esse nível. Esse tipo de conduta numa campanha política é absolutamente condenável", afirmou.

"Vamos investigar o caso, mas o meu repúdio aos fake news." Ele defendeu uma atuação mais rigorosa do Tribunal Superior Eleitoral no combate às informações falsas na próxima eleição.

Já França foi questionado sobre os ataques que seus aliados, principalmente o senador eleito Major Olímpio (PSL), têm feito ao PSDB. O pessebista foi eleito como vice do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) em 2014 e, neste ano, assumiu o governo quando o tucano renunciou ao cargo para concorrer à Presidência.

"Tenho sido muito leal com o governador Geraldo Alckmin", disse, afirmando que logo após a derrota do tucano no primeiro turno foi cumprimentá-lo e disse que devia muito a ele por estar como candidato à reeleição. "Mas uma coisa é o agradecimento que tenho a ele, outras coisas são os mais de 20 anos do PSDB aqui no governo."

Em conversas privadas, membros da campanha de Doria se mostraram aliviados com o clima morno do debate, centrado em propostas em vez de ataques.

Os tucanos esperavam que os adversários mantivessem a temperatura alta dos embates anteriores, já que, na visão deles, é o atual governador quem se encontra em posição de desvantagem, por estar numericamente atrás do ex-prefeito nas pesquisas.

Após o início tranquilo, sem troca de acusações, assessores comentaram que Doria estava “sobrevivendo” e que o andamento do debate estava acima das expectativas deles.

A orientação para Doria foi evitar polêmicas. 

Questionado ao final do debate sobre o embate menos agressivo, França afirmou que “o dia já estava muito pesado” por causa do vídeo. “Qualquer um ficaria muito abalado”, disse o pessebista.

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