Descrição de chapéu Eleições 2018

Em RR, fronteira vira foco de candidatos no segundo turno

Denarium (PSL) disputa o cargo com ex-governador tucano José de Anchieta

Marcelo Toledo
Boa Vista

Uma das mais equilibradas disputas no primeiro turno no país, a eleição para governador de Roraima contará com ofensivas dos candidatos em quatro cidades fronteiriças, que poderão decidir o embate no próximo dia 28.

Após surpreender e terminar o primeiro turno à frente, Antonio Denarium (PSL) priorizará cidades como Pacaraima —na fronteira com a Venezuela— e Bonfim, Uiramutã e Normandia, as três na fronteira com a Guiana.

Nas quatro, Denarium foi derrotado pelo ex-governador José de Anchieta (PSDB), que foi o segundo mais votado no dia 7 e será seu rival no segundo turno. Pesquisas no primeiro turno mostravam as posições invertidas.

Dos 15 municípios roraimenses, em 8 o tucano foi o vencedor, ante as 7 —inclusive a capital, Boa Vista— em que o candidato do partido de Jair Bolsonaro (PSL) ficou à frente.

Membros da campanha de Denarium consideram que o desempenho na região de fronteira refletiu também na campanha de Bolsonaro.

Em duas delas, Uiramutã e Normandia, Fernando Haddad (PT) foi o mais votado na disputa presidencial. Já em Pacaraima, epicentro dos conflitos entre brasileiros e imigrantes venezuelanos, Bolsonaro alcançou 42,5% dos votos válidos —ante os 36,31% de Haddad—, índice muito inferior à média do estado, de 62,97%. A migração estrangeira foi um dos principais assuntos no primeiro turno.

Já a campanha de Anchieta aposta em consolidar a votação na fronteira e tenta também buscar votos na capital, que responde por 65,85% do colégio eleitoral de Roraima.

Além das cidades de fronteira, Anchieta venceu em Cantá, Mucajaí, Alto Alegre e Iracema. Já Denarium, além de Boa Vista, ficou à frente em Caracaraí, Rorainópolis, Amajari, Caroebe, São João da Baliza e São Luiz.

No horário eleitoral, o funcionalismo público tem sido o foco dos dois candidatos.

Denarium afirmou que os servidores receberão em dia —uma das críticas à gestão de Suely Campos (PP), que tentava a reeleição e ficou fora do segundo turno, era sobre os atrasos nos pagamentos—, e que o secretariado não terá carro oficial para ir trabalhar.

Já Anchieta afirma que pagará os reajustes de todas as categorias na data-base, abrirá concurso para a Polícia Militar e capacitará os professores da rede.

A eleição roraimense não é exceção na região Norte do país. Ela foi a que apresentou no domingo (7) 3 das 4 diferenças mais apertadas entre o primeiro e o segundo colocados que disputarão o segundo turno.
No Amazonas, a diferença entre o líder do turno inicial, Wilson Lima (PSC), para o segundo, Amazonino Mendes (PDT), foi de só 0,99 ponto percentual, a menor do Brasil.

Na mesma região, as disputas no Amapá e em Roraima aparecem na terceira e quarta posições. No primeiro estado, os candidatos ficaram distantes apenas 3,45 pontos percentuais e, no segundo, 3,49.
Em toda a região, só Acre e Tocantins liquidaram a disputa no turno inicial. Amazonas, Amapá, Roraima, Rondônia e Pará só decidirão o futuro governador no próximo dia 28.

É a região brasileira com o maior número de locais em disputa no segundo turno —o Sul terá 2, ante 3 do Sudeste, 2 do Centro-Oeste e 2 do Nordeste.

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