Entre os mais ricos, Bolsonaro ganharia no 1º turno, aponta Datafolha

Militar tem 52% das intenções de votos entre quem ganha mais de cinco salários mínimos

Débora Sögur Hous
São Paulo

Jair Bolsonaro (PSL) é o candidato favorito entre quem ganha mais de cinco salários mínimos (R$ 4.770,00); ele tem 52% das intenções de votos nesta faixa da população. Entre aqueles que ganham mais de dez salários, ele tem 53% das intenções de voto.

Segundo pesquisas domiciliares do IBGE, pessoas com renda a partir de R$ 4.770,00 ganham mais que 93% dos brasileiros.

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Jair Bolsonaro (PSL) em evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em julho de 2018 - Pedro Ladeira - 4.jul.2018/Folhapress

Desde o início da campanha eleitoral, Bolsonaro cresceu 20 pontos percentuais nesta faixa da população.

Contudo, entre os mais pobres, quem ganharia na primeira fase das eleições seria Fernando Haddad (PT). O ex-prefeito de São Paulo tem 28% da preferência do eleitorado que ganha menos de dois salários mínimos.

Na pesquisa Datafolha de 22 de agosto, quem liderava entre os mais pobres era Marina Silva (Rede). A ambientalista foi sendo descartada pelos eleitores desde que Haddad substituiu Lula, impedido de concorrer à presidência pelo Tribunal Superior Eleitoral porque cumpre pena em Curitiba.

Hoje, Marina Silva é rejeitada por 28% dos eleitores. É a terceira candidata mais enjeitada pela população. Só não é mais repelida que os líderes nas pesquisas. Jair Bolsonaro tem 39% dos votos válidos e é rejeitado por 45% da população, Fernando Haddad tem 25% dos votos válidos e é rejeitado por 40% dos eleitores.

A rejeição de Haddad cresce 26 pontos percentuais entre os mais ricos; 66% da elite econômica do país jamais votaria no petista. Já a população mais pobre não quer saber de Bolsonaro de jeito nenhum.

A ampla disparidade de preferência entre mais pobres e mais ricos também se reproduz nos cenários de segundo turno. Se entre a população em geral, a disputa entre Fernando Haddad e Bolsonaro está empatada; entre os mais ricos, o militar fica com 64% dos votos e o petista amealha 25% da preferência. Entre os mais pobres, Haddad é a opção de 55% dos eleitores, Bolsonaro fica 

Na disputa entre Haddad e Bolsonaro, entre os mais ricos, o militar ganha com 64% dos votos, Haddad fica com ; entre os mais pobres, Haddad é a opção de 55% dos eleitores; Bolsonaro conquista 31% deles.

​Segundo Marta Arretche, professora titular do Departamento de Ciência Política da USP, as relações entre preferências partidárias e a renda da população no Brasil ainda não são claras. Em artigo na Folha, a pesquisadora disse que "eleitores pobres tendem a preferir candidatos que apresentam plataformas orientadas ao bem-estar, ao passo que eleitores mais ricos temem ser expropriados".

O Datafolha entrevistou presencialmente 10.930 pessoas em 389 cidades nos dias 3 e 4 de outubro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos e retrata a realidade com 95% de chance. A pesquisa está no Tribunal Superior Eleitoral sob o registro BR-02581/2018.

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