Descrição de chapéu Eleições 2018

Governador do RS diz que Bolsonaro tem mesmos ideais democráticos do MDB

Em busca da reeleição, Sartori batizou sua estratégia de campanha de 'Sartonaro'

O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (MDB), que é candidato à reeleição
O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (MDB), que é candidato à reeleição - Divulgação
Felipe Bächtold
Porto Alegre

O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (MDB), diz que aderiu à candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) por representar o "repúdio ao PT" e porque entendeu que não era o momento de "omissão".

Ele decidiu apostar toda a sua campanha no segundo turno na dobradinha com o presidenciável, que não declarou apoio oficial. O emedebista batizou a estratégia de voto "Sartonaro".

Desgastado com a crise financeira no estado, ele afirma que as pesquisas que mostram rejeição não condizem com a reação dos eleitores nas ruas.

 

O sr. fez campanha na eleição de 2014 para Marina Silva, que tem plataformas completamente distintas das de Jair Bolsonaro. O apoio ao PSL e a adesão a bandeiras do presidenciável não soa oportunista? O apoio do MDB do Rio Grande do Sul foi estimulado pelo repúdio a tudo o que o PT representa de pior na política e por uma adesão ao sentimento da maioria da população brasileira. O que importa é que o candidato Bolsonaro, ao disputar uma eleição, professa os mesmos princípios democráticos que o MDB historicamente sempre defendeu.

Nosso apoio é direcionado às premissas básicas do candidato, como o combate implacável à corrupção, o apoio incondicional à Lava Jato, mais segurança e o pacto federativo em benefício dos municípios e dos estados. Entendemos que não é hora de omissão em relação a essas questões relevantes para a sociedade brasileira.

O que espera do cenário nacional para 2019? É possível que a radicalização da campanha não seja encerrada com a eleição, e a fragmentação do Legislativo deve impactar os eleitos. Desde o início da nossa campanha, prego, defendo e estimulo a serenidade e a tranquilidade, não só entre os eleitores, mas entre toda a sociedade. Acredito que a urna é a melhor pesquisa que se possa fazer. Vivemos em uma democracia. Portanto, seja qual for o resultado em nível nacional e eu sendo reeleito governador, vou manter o mais sereno e democrático relacionamento com o novo presidente.

Na eleição da Dilma, tendo como vice Michel Temer, embora ele fosse do nosso partido, nos posicionamos contra a candidatura e apoiamos primeiramente o Eduardo Campos. E, com o falecimento dele, apoiamos a Marina. Não obstante, tivemos um relacionamento cordial e fraterno com os governantes. Tanto é que encaminhamos com eles o nosso Plano de Recuperação Fiscal.

Caciques do MDB de sua geração sofreram derrotas duras pelo país, e o candidato do partido a presidente fez apenas 1% dos votos. O que deu errado? O que aconteceu com o MDB também ocorreu com outros partidos, como vimos no resultado do primeiro turno na eleição nacional, quando partidos importantes tiveram a redução drástica na composição de suas bancadas.

Isso só explicita uma questão quase óbvia no cenário nacional. É urgente que haja uma reforma política que alie as questões partidárias em nível nacional e regional, e que evite a proliferação de partidos inexpressivos que acabam compondo um cenário de dificuldades, tanto nas eleições, como no dia a dia, na medida em que estimulam a lamentável política do toma lá, dá cá. Acreditamos que haverá uma serenidade por parte das nossas lideranças políticas.

Sua taxa de reprovação nas pesquisas do Ibope ao longo da campanha chegou a 68%. A que atribui isso?
Meu termômetro é a reação das pessoas na rua desde a época em que fui candidato a prefeito. Em 2004 [na eleição para prefeito de Caxias do Sul], as pesquisas me deixavam fora do páreo, cheguei ao segundo turno e venci. Em 2008, indicavam que eu chegaria em segundo lugar no segundo turno, e acabei vencendo ainda no primeiro turno. E em 2014, quando me candidatei a governador, a mesma coisa. Nem no segundo turno chegaria. Então, a verdadeira e única pesquisa que vale é o voto do eleitor na urna.

Nunca fui de fazer especulação. Seguimos no mesmo ritmo, mostrando que temos um plano para recuperar o equilíbrio do Estado e estabelecer uma política que contemple as prioridades da sociedade gaúcha.

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