Descrição de chapéu Eleições 2018

Governo do Paraná anuncia 'intervenção' nas empresas de pedágio

Coronéis da reserva da Polícia Militar vão fiscalizar irregularidades nos contratos

Estelita Hass Carazzai
Curitiba

A três dias da eleição, o governo do Paraná anunciou nesta quinta-feira (4) uma “intervenção” nas concessionárias de pedágio do estado, e irá enviar coronéis da reserva da Polícia Militar às sedes das empresas e, eventualmente, às praças de pedágio para fiscalizar irregularidades nos contratos.

A atual governadora, Cida Borghetti (PP), concorre à reeleição, e está em segundo lugar nas pesquisas. 

A Procuradoria Regional Eleitoral está analisando o caso, e vai investigar eventual abuso de poder político. Mas o governo nega que a medida seja eleitoreira.

 
Cida Borghetti (PP)
Cida Borghetti (PP) - 06.AGO.2018/Folhapress
 

Segundo a PGE (Procuradoria-Geral do Estado), a intervenção foi cogitada após a Justiça conceder acesso aos autos da última fase da Operação Lava Jato, deflagrada na semana passada, que investiga suspeitas de pagamentos de propina milionários e sistemáticos, desde 1999, a servidores do estado.

De acordo com a PGE, a decisão tem fundamento na lei federal anticorrupção e em dispositivos dos próprios contratos de pedágio, que autorizam a fiscalização. 

“É uma medida de Estado, amparada pela legislação”, afirmou o controlador-geral do Estado, Carlos Eduardo de Moura.

Para ele, o governo poderia ser responsabilizado por omissão caso não tomasse medidas imediatas para cessar os desvios.

Os coronéis passarão a atuar dentro das empresas, exigindo documentos e respostas às demandas judiciais. Serão seis oficiais, um em cada concessionária.

O governo afirma estar interessado, em especial, na aferição do fluxo de veículos nas praças de pedágio, por meio da instalação de “pedagiômetros”.

Na semana passada, o estado também entrou com uma ação pedindo a redução de 50% da tarifa, com base nas investigações.

Cida não estava no evento em que a medida foi anunciada, nesta quinta –segundo o governo, para evitar qualquer suspeita de uso eleitoral da intervenção.

“Foi um ato de grandeza”, afirmou o secretário de Infraestrutura, Abelardo Lupion.

As concessionárias negam irregularidades e afirmam que estão colaborando com as investigações da Justiça. 

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