Em um momento crítico de sua campanha, em que aparece até 18 pontos atrás de seu adversário nas pesquisas do segundo turno, Fernando Haddad (PT) afirmou nesta terça-feira (16) que Jair Bolsonaro (PSL) é um “balão de ar” e que é preciso “acertar a agulha no lugar certo” para desconstruir o capitão reformado.
A campanha de Haddad tem tido dificuldade para frear a onda conservadora que empurra Bolsonaro e avança inclusive entre o eleitorado tradicionalmente petista.
O herdeiro do ex-presidente Lula admitiu que é preciso “um trabalho mais que antropológico” para entender quem vota no candidato do PSL mas disse que pesquisa “não pode mudar o humor”.
“Ele [Bolsonaro] é um balão de ar. É acertar a agulha no lugar certo [para desconstrui-lo]”, afirmou Haddad em evento com as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, em São Paulo.
“É preciso um trabalho de comunicação, de pesquisa, mais que antropológico, para entender o que passa na cabeça das pessoas pra votar num sujeito desse”, completou.
Haddad tenta ampliar seu arco de alianças para além da centro-esquerda, mas tem encontrado dificuldade de adesão inclusive de atores do mesmo campo, como Ciro Gomes (PDT), que viajou à Europa na semana passada após seu partido declarar “apoio crítico” à candidatura do PT.
Nesta segunda (15), o irmão de Ciro, Cid Gomes, fez um discurso duro contra o PT no qual disse que o partido merecia perder a eleição, já que não admite erros.
Haddad não quis comentar as declarações mas a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, as minimizou, dizendo que foram um “desabafo” de Cid. “A trajetória de Ciro e Cid sempre foi na democracia e é desse lado que eles vão marchar na história”.
Haddad afirmou ainda que, mesmo que estivessem sozinhos, “a luta valeria à pena”, mas ressaltou que é preciso “ampliar” e pediu empenho da militância.
“É hora de militar no computador mas, também de porta em porta”.
O candidato petista voltou a atacar de forma mais assertiva Bolsonaro —o que resistia em fazer até o início do primeiro turno— e disse que ele está entre os dez piores parlamentares do Brasil.
“Bolsonaro não tem compromisso com o país, capaz das maiores atrocidades verbais para colocar seus pontos de vida. Estamos diante dessa ameaça”, declarou.
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