Mais de 90% dos eleitores já decidiram voto para presidente, mostra Datafolha

Pesquisa mostra alto grau de decisão entre aqueles que preferem Bolsonaro ou Haddad

Guilherme Seto
São Paulo

A grande maioria dos eleitores já decidiu se votará em Jair Bolsonaro (PSL) ou Fernando Haddad (PT) no segundo turno das eleições presidenciais, que será definido no domingo (28). Levantamento do Datafolha realizado entre quarta-feira (24) e quinta-feira (25) mostra que 91% dos consultados disseram que não mudarão mais as suas escolhas.

Trata-se de número praticamente idêntico ao apresentado em pesquisa anterior do Datafolha, realizada entre os dias 17 e 18 de outubro, que mostrava que 90% dos entrevistados já haviam resolvido seus votos.

Entre os eleitores do candidato do PSL o grau de decisão é ligeiramente superior. Nesse grupo, 94% disseram que estão totalmente decididos a votar em Bolsonaro, e 6% admitem a possibilidade de mudar de ideia. A pesquisa anterior do Datafolha apontou que 95% dos eleitores do militar tinham certeza do voto.

Entre aqueles que preferem Haddad, 91% dizem que não mudarão o voto, valor superior ao apresentado na pesquisa anterior, de 89%. Sendo assim, 9% ainda deixam aberta a chance de trocarem de escolha.

Pesquisa do Datafolha de intenção de voto divulgada nesta quinta-feira (25) mostrou que a distância  entre os candidatos c aiu de 18 para 12 pontos em uma semana.

A três dias do segundo turno, o deputado tem 56% dos votos válidos, contra 44% do ex-prefeito de São Paulo. No levantamento passado, apurado em 17 e 18 de outubro, a diferença era de 59% a 41%.

Tanto a queda de Bolsonaro quanto a subida de Haddad se deram acima da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para mais ou menos.

O Datafolha entrevistou 9.173 eleitores em 341 cidades no levantamento, encomendado pela Folha e pela TV Globo e realizado na quarta (24) e na quinta (25).

O resultado é a mais expressiva mudança na curva das intenções de voto no segundo turno até aqui, e reflete um período de exposição negativa para o deputado do PSL.

No período, emergiu o caso do WhatsApp, revelado em reportagem da Folha que mostrou como empresários compraram pacotes de impulsionamento de mensagens contra o PT pelo aplicativo. A Justiça Eleitoral e a Polícia Federal abriram investigações.

No domingo (21), viralizou o vídeo da palestra de um de seus filhos, o deputado reeleito Eduardo (PSL-SP), em que ele sugere que basta “um soldado e um cabo” para fechar o Supremo Tribunal Federal em caso de contestação de uma vitória de seu pai.

Em votos totais, Bolsonaro tem 48%, ante 38% de Haddad e 6% de indecisos. Há 8% de eleitores que declaram que irão votar branco ou nulo. Desses, 22% afirmam que podem mudar de ideia até o dia da eleição.

O deputado perdeu apoio em todas as regiões do país, embora mantenha sua liderança uniforme, exceto no Nordeste, onde Haddad tem 56% dos votos totais e Bolsonaro, 30%.

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