Descrição de chapéu Eleições 2018

Não vamos mexer na Previdência, diz Jilmar Tatto, candidato do PT ao Senado

Petista também defende revogação do teto de gastos e mais investimentos do Estado na economia

Candidato ao Senado pelo PT, Jilmar Tatto diz que a reforma da Previdência não é prioridade  no momento. O candidato também defende a revogação do teto de gastos, medida que limita o aumento dos gastos do governo federal por até 20 anos

Para Tatto, deve-se buscar o equilíbrio das contas públicas por meio do crescimento econômico, o que demandaria mais investimentos do Estado, e do aprimoramento da cobrança de impostos.

Jilmar Tatto, candidato do PT ao Senado, em 2015
Jilmar Tatto, candidato do PT ao Senado, em 2015 - Gabriel Cabral/Folhapress

Na área da mobilidade urbana, pela qual é mais conhecido, propõe a criação do vale transporte universal.

Tatto foi deputado federal e secretário municipal de Transporte de São Paulo na gestão de Fernando Haddad. Estreia agora numa eleição majoritária.

Segundo pesquisa Datafolha, tem 4% das intenções de voto. 

 

O outro candidato da chapa petista para o Senado, Eduardo Suplicy, lidera as pesquisas, com 26% das intenções de voto. O senhor aparece com 4%. Ter o Suplicy na mesma chapa atrapalha? Não, acho que ajuda. A dificuldade é que muitos eleitores não sabem que neste ano votaremos em dois senadores. 
Mas o fato de Suplicy estar em primeiro ajuda. Ele pede voto para mim, acho que ajudará a tornar meu nome mais conhecido.

Quais são as reformas prioritárias para o país neste momento? Nossa meta é defender os trabalhadores do Estado, trazendo mais investimentos. Na área de mobilidade, minha principal marca, defendo o vale transporte universal. Minha proposta: o empregador terá que pagar o vale para todos os seus funcionários. E vamos acabar com aquela taxa de 6% descontada dos salários dos trabalhadores.
Os depósitos seriam feitos em fundos municipais, e os valores serão utilizados exclusivamente para financiar o custo da tarifa.
Também precisamos rediscutir o Fundo de Participação dos Municípios, o repasse de verbas aos municípios. Precisamos rever o pacto federativo do ponto de vista tributário.

O senhor manteria o teto de gastos? Para o Brasil voltar a cresce, criar empregos e diminuir a desigualdade social, é preciso anular o congelamento dos gastos. É totalmente inadmissível. Sou pela revogação do teto.

E como fazer para equilibrar o Orçamento e conter o aumento da dívida? A eleição de Fernando Haddad mudará o debate no Brasil. A maneira de cobrir os gastos é com crescimento econômico, com geração de empregos. Precisamos investir dinheiro na economia. Por isso precisamos taxar os bancos, diminuir os juros bancários, usar uma parte das reservas internacionais na produção. 
Esse conjunto de iniciativas vai alavancar a economia e fará com que o dinheiro gire no bolso das pessoas. 
Também precisamos aprimorar a fiscalização. Não criar mais impostos, mas arrecadar mais com eles, combatendo a sonegação.

O senhor defende alguma mudança na Previdência? Não vamos mexer. Algumas reformas já foram feitas nos governos petistas. Evidentemente vamos combater sonegação, fraudes, tirar privilégios de uma categoria ou outra. Mas no conjunto não vamos mexer. Precisamos fazer um diálogo forte para destacar a importância da Previdência na distribuição de renda no Brasil.
Nossa agenda não é a de corte nos gastos sociais. O Brasil precisa de outra agenda. Não esperem do governo Haddad qualquer política de perda de direitos.

Não falta autocrítica ao PT nesta campanha, para reconhecer a responsabilidade do governo Dilma na recessão? Nossa referência é sempre o governo Lula. Essa é a referência do que queremos: crescimento econômico, distribuição de renda, diminuição da desigualdade e preservação ambiental.
Em relação ao governo Dilma, houve no segundo governo dela um rompimento do quadro democrático.

Você não pode adotar isso como referência. O próprio senador tucano Tasso Jereissati disse em entrevista recente que o PSDB foi um dos responsáveis pelas pautas-bombas para desestabilizar o governo Dilma. Isso tornou o período ingovernável de forma proposital. 

Algumas medidas de Dilma, e isso já foi reconhecido por ela, não foram adequadas. Não tiveram o resultado esperado os incentivos para setores da produção, não geraram empregos. A gente não acerta todas. De toda forma, o balanço dos governos Lula e Dilma é bem positivo. 

A oposição teve mais culpa que Dilma pela crise? A oposição foi responsável por meio de suas pautas-bombas. A democracia foi jogada no lixo, tanto que deram um golpe. Não acataram a vontade popular

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