A eleição deste domingo (7), seguindo a tendência de toda a campanha eleitoral, teve muita notícia e surpresa. A lista tem desde políticos consagrados que ficaram de fora do Congresso quanto as celebridades que passarão a frequentar os corredores de Brasília, assim como o avanço do PSL pelo país e a dificuldade da urna chegar a todos os cantos no Pará. Confira algumas informações que resumem o 1º turno deste pleito.
Estrelas saem...
Muitas figuras tradicionais da política brasileira não conseguiram se eleger ou manter sua vaga no Senado. A lista conta com os petistas Dilma Rousseff (MG), Eduardo Suplicy (SP) e Lindbergh Farias (RJ), os paranaenses Beto Richa (PSDB) e Roberto Requião (MDB), os maranhenses Edison Lobão (MDB) e Sarney Filho (PV), o cearense Eunício Oliveira (MDB), o capixaba Magno Malta (PR) e o roraimense Romero Jucá (MDB).
Se considerarmos pelo viés de ex-ministros de Michel Temer, 11 perderam a eleição. A lista tem, por exemplo, Antonio Imbassahy (PSDB-BA), Mendonça Filho (DEM-PE) e Bruno Araújo (PSDB-PE).
Clãs políticos no Rio também não conseguiram se perpetuar na Câmara dos Deputados. Ficaram de fora os descendentes de Cunha, Cabral, Picciani e Crivella. Só Garotinho conseguiu emplacar dois descendentes.
...celebridades entram
Entre os famosos que poderão ser vistos em Brasília a partir de 2019, há os deputados federais Túlio Gadelha (PDT-PE), o namorado de Fátima Bernardes, e Alexandre Frota (PSL-SP), além dos reeleitos Tiririca (PR-SP), em seu 3º mandato, e Bebeto (PODE-RJ), ex-jogador de futebol.
Entre as celebridades que viraram senadores, há Jorge Kajuru (PRP-GO), ex-jornalista esportivo, e Leila do Vôlei (PSB-DF), ex-jogadora.
1º turno em gráficos
Em 2018, nove estados elegeram o candidato do PT —que neste ano é Fernando Haddad—, à Presidência da República. O PSDB, que havia anos disputava o poder com o PT, não foi eleito em nenhum estado. Já o PSL, de Jair Bolsonaro, foi eleito em 17 estados. Ciro Gomes (PDT) foi o mais votado apenas no Ceará, seu reduto eleitoral. A Folha fez uma análise das votações presidenciais desde 1998.
Bolsonaro puxa partidos nanicos pelo país
Bolsonaro conseguiu levar para o 2º turno candidatos de seu partido, o PSL, e de outros que apoiou. Sua sigla disputará o 2º turno em Santa Catarina, Rondônia e Roraima, e se saiu bem no Espírito Santo, mesmo perdendo a eleição. A única vez em que o PSL disputou um 2º turno foi em 2002, em Roraima. Apoiados pelo presidenciável, PSC e Novo irão às urnas em 28 de outubro no Rio de Janeiro e em Minas Gerias, respectivamente.
Para o governo do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM) e Romário (PODE) eram considerados os dois políticos com mais chances de irem para o 2º turno, de acordo com as últimas pesquisas eleitorais. No entanto, quem garantiu lugar foi Wilson Witzel (PSC), com 41,28% dos votos válidos, seguido por Paes, com 19,56%.
Já em Minas Gerais, a disputa era certa entre Antonio Anastasia (PSDB) e Fernando Pimentel (PT). No fim das contas, o 2º turno será disputado por Romeu Zema (Novo), com 42% dos votos válidos, e pelo tucano, que alcançou 29%.
Na Câmara, o PSL pulou de nanico para a 2ª maior bancada, ocupando 52 cadeiras das 513 e perdendo apenas para o PT, que terá 56 lugares. Em 2014, o partido do presidenciável elegeu 1 deputado e conta hoje com 8 congressistas. O PSL teve duas votações recordes: Eduardo Bolsonaro, como deputado federal, e Janaína Paschoal, como deputada estadual, ambos em São Paulo.
Skaf e França disputam voto a voto o 2º lugar em SP
Para o governo de São Paulo, João Doria (PSDB) e Paulo Skaf (MDB) ficaram à frente nas pesquisas eleitorais por boa parte da campanha, enquanto Márcio França (PSB) se mantinha em 3º lugar.
Neste domingo, porém, durante a contagem de votos, Skaf e França se alternaram na 2ª posição e a vaga foi revelada nos últimos momentos: o pessebista ficou com 21,5% dos votos, cerca de 70 mil à frente do emedebista, que teve 21,1%.
Biometria: novidade e transtorno
Criado para facilitar o voto e garantir a transparência nas eleições, o cadastro biométrico foi apontado como o motivo de longas filas neste domingo. Houve relatos de filas em Belo Horizonte e de mais de 2 horas e meia em Salvador. Até o prefeito, ACM Neto, teve que aguardar uma hora e meia para votar.
Transporte de urna no Pará
Para garantir que todos os 5,5 milhões de eleitores no Pará pudessem votar, urnas eletrônicas foram transportadas de tudo que é jeito: helicóptero, barco, avião, carro de mão, canoa, búfalo e carroça de boi. Essa logística custou aos cofres da União R$ 40 milhões.
Como alguns lugares não têm acesso à internet, foi necessário o transporte de um aparelho de comunicação por satélite para a transmissão do resultado.
Urnas quebradas e pessoas presas
Balanço do TSE aponta que 2.400 urnas foram substituídas em todo o país, o que representa 0,46% dos aparelhos utilizados. Em 2014, foram trocadas 5.275 urnas. Neste domingo, três seções eleitorais tiveram votação manual: Três Coroas (RS), Botucatu (SP) e Juquiá (SP).
Já o Ministério da Segurança Pública informa que 728 pessoas foram presas ou conduzidas para depoimento. Foram apreendidos R$ 306 mil e US$ 90 mil, 42 veículos "decorrentes de crime eleitoral" e até 3,6 kg de drogas.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.