Descrição de chapéu Eleições 2018

Para ter meu apoio, Bolsonaro precisa rever muitas posições, diz Gabrilli

Eleita senadora por SP, ela também critica PT e defende o enxugamento do Estado

Artur Rodrigues
São Paulo

Eleita senadora por São Paulo com 18,6% dos votos válidos, Mara Gabrilli (PSDB) sinaliza que não deve seguir a onda mais a direita do partido que apoiará Jair Bolsonaro (PSL). 

Gabrilli apoiou o movimento #EleNão, organizado por mulheres em repúdio à candidatura de Bolsonaro, hoje apoiado por seu aliado João Doria (PSDB). Apesar disso, não fecha totalmente as portas ao militar. 

A parlamentar, que deixou para trás na disputa o petista Eduardo Suplicy, adota tom ainda mais crítico em relação ao PT. Na economia, ela prega enxugamento do Estado.  

 

Bolsonaro

Com relação ao [Jair] Bolsonaro, ele é meu colega de Câmara, me convidou para ser vice dele, mas para eu apoiá-lo algum dia a gente precisa conversar muito e precisa rever muitas das posições deles que são muito opostas às minhas. Então, assim, acho que tenho esperança. Se ele quiser ele pode melhorar, mas para melhorar a gente precisa conversar muito. 
 

Partido dos Trabalhadores

Deixo claro que o PT não vou apoiar nunca na minha vida. Até porque eu sou originária do ABC e minha família foi vítima do esquema de corrupção do PT. Eu sou uma pessoa que presto muita atenção em exemplos. E hoje eu fico muito frustrada de ver um presidiário coordenando uma campanha de dentro da cadeia, porque acho que é um péssimo exemplo para as crianças, para os jovens brasileiros assistir aquilo e achar que ser presidiário é super legal. 

Viés de atuação 

Eu sempre vou trabalhar da forma que eu trabalho, é um olhar mais abrangente, 360 graus, não me prendendo ao que é direita e ao que é esquerda, mas a aquilo que eu acho justo e acredito. 

Estado enxuto

Eu acredito muito que a gente precisa fazer uma reforma tributária urgentemente, melhorar ambiente de negócios para conseguir gerar emprego. Eu sou muito a favor de enxugar o Estado, porque um Estado inflado é um povo pobre. 

Política de inclusão

Eu acho que existe uma questão também relacionada à política pública. Porque para trabalhar para a pessoa com deficiência você tem que aprofundar a educação, saúde, infraestrutura urbana, trabalho, transporte, cultura, esporte. Não é uma coisa pequena. O que os gestores vêm percebendo? Que quando uma cidade é boa para quem tem deficiência é boa para todo cidadão. Se um professor é qualificado para dar aula de um autista, síndrome de Down, surdo, cego, ele é mega qualificado para dar aula para qualquer aluno. Isso tem sido uma máxima das cidades percebendo que quem tem deficiência são as cidades que não foram preparadas para todo mundo. 

Vitória

Eu atribuo ao reconhecimento de um trabalho, de uma vitória dedicada. Ouvi muito as pessoas falarem do meu trabalho para o público mais vulnerável do país. Isso me deixou contente porque entrei na vida pública para defender o direito das pessoas com deficiência, mas esse nunca foi o público que me elegeu, porque a maioria nem votar votava. Eu sempre fui eleita por formadores de opinião. E hoje eu lembro que o impacto do meu trabalho chegou onde poderia chegar e aí tive o reconhecimento de todos os lados. 

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