Descrição de chapéu Eleições 2018

Paulo Skaf anunciará apoio a Márcio França nesta quarta

Conversa entre os dois começou com interesse de França no projeto Sesi e Senai de ensino

Gabriela Sá Pessoa
São Paulo

Fora do segundo turno contra Márcio França (PSB) por uma diferença de 89 mil votos, Paulo Skaf (MDB) anunciará na terça (10) seu apoio ao governador no segundo turno.

Os dois participarão de um evento juntos em Suzano, na Grande São Paulo.

Segundo a campanha de Skaf, França o procurou afirmando que gostaria de levar o projeto de padrão Sesi e Senai de ensino, proposto pelo emedebista, para a sua campanha.

Com essa sugestão, a conversa entre os dois evoluiu.

Skaf retornou à presidência da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) na segunda-feira (8).

Desde o resultado das urnas, França tem acenado ao antigo adversário, que costuma chamar de amigo.

O pessebista lembra que foi ele quem incentivou a carreira política do empresário.

Skaf disputou sua primeira eleição para o governo de São Paulo em 2010 pelo PSB.

Doria também fez gestos pelo apoio do emedebista. No entanto, é consenso na política paulista que o tucano fez ataques muito duros aos dois adversários durante a campanha, o que rompeu pontes para um eventual apoio mútuo.

Quando Skaf o ultrapassou nas pesquisas de intenção de voto --os dois passaram a campanha toda oscilando ao redor de 25%--, a campanha tucana exibiu peças no rádio e na TV dizendo que o presidente da Fiesp escondia ser aliado, do mesmo partido que o presidente Michel Temer (MDB).

O emedebista revidou, e passou a circular vídeos em que dizia que Doria era mentiroso, por ter descumprido a promessa de não abandonar o mandato na Prefeitura para disputar as eleições em 2018.
O apoio expresso de Skaf pode ser fundamental para definir as eleições no estado.

Nas projeções de segundo turno feitas pelos institutos de pesquisa, ele derrotava todos os adversários, inclusive Doria.

Skaf foi a noiva da eleição paulista, disputada até o final pelas duas campanhas --que lhe ofereceram a vaga que ele quisesse, menos a cabeça de chapa.

O emedebista terminou sua terceira disputa para o governo paulista com 21,09% dos votos e França com 21,53%, após uma arrancada nos últimos dias da semana passada.

Doria liderou, com 31,77%. Caso consiga transferir parte de seus votos para a reeleição do governador, Skaf pode desequilibrar a disputa, num clima de todos contra Doria.

Pesquisa Datafolha divulgada no sábado (4) mostrava uma projeção apertada de segundo turno, com o tucano e o pessebista empatados em 21%. 

Enfrentar França era o pior cenário possível para alguns aliados de Doria. O governador, além da caneta da administração na mão, construiu uma coligação ampla, com 14 legendas, o que lhe garantiu capilaridade no estado. 

Doria, ao longo de toda a disputa, tentou se posicionar como o candidato antipetista em São Paulo. Com a derrota de Geraldo Alckmin (PSDB), vestiu o figurino bolsonarista e tenta nacionalizar a disputa, vinculando França, que foi vice do tucano, à esquerda.

França declarou neutralidade na eleição presidencial, mas tem feito acenos para o eleitor de Bolsonaro

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