O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse nesta segunda-feira (22) que a declaração em vídeo do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) sobre fechar o STF (Supremo Tribunal Federal) poderá motivar uma investigação da Polícia Federal caso houver um pedido do Judiciário.
"Essa declaração deverá motivar ou não alguma reação por parte do Judiciário. A partir daí, se for determinada alguma ação, o que a Justiça resolver nós de acordo com a lei iremos fazer, como fizemos no caso das fake news e das tentativas de indução de fraude e de descredenciar o sistema eleitoral vigente", disse.
Em vídeo gravado em julho, disponível na internet, mas que veio à tona a uma semana do segundo turno, Eduardo responde a pergunta sobre uma hipotética possibilidade de ação do Exército em caso de o STF impedir que Bolsonaro assuma a Presidência. Segundo ele, "bastam um cabo e um soldado para fechar o STF".
Questionado sobre como avalia a declaração, Jungmann evitou se posicionar e disse que a reação diante do caso cabe ao STF. "Evidentemente isso está nas mãos da Justiça, e não nas mãos da polícia."
Segundo o ministro, o inquérito que investiga o disparo em massa por meio do Whatsapp de ataques a candidatos a presidente atinge tanto a campanha de Jair Bolsonaro (PSL) quanto de Fernando Haddad (PT) e corre sob sigilo.
Na semana passada, a Folha revelou que empresas estão comprando pacotes de disparos de mensagens contra o PT por meio do aplicativo.
O ministro repetiu que "não existe anonimato na internet" e que casos de ofensas e tentativas de fraude durante o processo eleitoral serão punidos.
"A PF tem recursos tecnológicos e humanos para descobrir qualquer tentativa de fraude", disse, após reunião do Conselho Nacional de Segurança Pública.
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