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Por candidatura de Haddad, PT quer discutir relação com os Gomes somente após 2º turno

PDT apoia Haddad, mas sem Ciro Gomes em campanha; apoio do partido é um manifesto contra Bolsonaro

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Brasília

Apesar de considerar "um erro grave" as críticas desferidas pelo senador eleito Cid Gomes (PDT) ao PT na noite de segunda-feira (15), o coordenador da campanha de Fernando Haddad (PT) no Ceará, deputado José Guimarães (PT-CE), quer deixar para discutir a relação somente após o segundo turno.

"Não é momento para discutir ajuste de contas de uma relação que vem desde 2006. Foi um momento inadequado, inoportuno", disse Guimarães à Folha nesta terça-feira (16).

Guimarães destacou que Cid foi eleito senador na chapa do bem avaliado Camilo Santana (PT), reeleito em primeiro turno governador do Ceará. "Considero um erro grave do senador, que aliás, foi o senador do PT", declarou.

Candidato derrotado do PDT à Presidência, Ciro Gomes declara apoio a Fernando Haddad, mas sem participar de campanha
Candidato derrotado do PDT à Presidência, Ciro Gomes declara apoio a Fernando Haddad, mas sem participar de campanha - 10.out.2018/Reprodução

O PT ainda aposta que o PDT de Cid e Ciro Gomes, presidenciável derrotado ainda no primeiro turno, possa ingressar na campanha de Haddad, a menos de duas semanas do segundo turno.

Ciro, no entanto, não pretende reafirmar apoio à candidatura petista. Em conversas reservadas, ele tem dito que já fez o aceno que deveria ter feito e que continuará se posicionando nas redes sociais apenas contra Bolsonaro, mas sem mencionar o petista.

"O apelo que fazemos é unir todos em nome do Brasil. O que está em jogo não é o PT, é a democracia. Depois do segundo turno, a gente senta e discute. Se tiver que romper a relação [com os Gomes], tem que ser de forma respeitosa, com respeito mútuo", afirmou o coordenador da campanha no Ceará.

Nesta segunda, em Brasília, PT, PCdoB, PSB, PSOL, PROS e PCB assinaram um manifesto estabelecendo uma “frente ampla pela democracia”. O PDT, que declarou apoio crítico a Haddad contra a candidatura de Bolsonaro, não participou.

A ideia do grupo, agora, é conseguir apoio de nomes de outras legendas, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), além de artistas, intelectuais e líderes religiosos.

A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), chegou a dizer, antes dos ataques de Cid, que Haddad procuraria Ciro Gomes até o final da semana, quando o adversário de primeiro turno retornasse de uma viagem à Europa.

Algumas horas após entrevista da petista em Brasília, Cid, no Ceará, cobrou da direção da legenda que fizesse um "mea culpa" dos erros cometidos.

"Tem de fazer um mea culpa, pedir desculpa, ter humildade e reconhecer que fizeram muita besteira", disse o senador eleito. "Não admitir os erros que cometeram é para perder a eleição. E é bem feito", ressaltou.

Sob vaias de militantes petistas, Cid chamou de "babacas" aqueles que protestavam contra seu discurso e disse que o partido "merece perder" caso não faça uma autocrítica. 

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