Por votos no Nordeste, eleitores de Haddad e Bolsonaro apelam para músicas

Com coreografia, ritmos saem das mensagens e fazem sucesso em outras redes sociais

Débora Sögur Hous
São Paulo

Única região do país em que Jair Bolsonaro perdeu para Fernando Haddad no primeiro turno, o Nordeste virou alvo da disputa entre petistas e eleitores do capitão reformado.

Em grupos de WhatsApp, apoiadores dos dois candidatos replicam memes e campanhas voltadas para os eleitores nordestinos. Eles apostam em jingles e músicas de estilos variados, que vão do forró ao reggae.  

“Eu vou votar no 17, Bolsonaro é 17, o Brasil é 17, todo mundo é 17”, diz a letra de forró com cadência de marchinha.

​A marchinha é idêntica a outra, pró-PT, com a letra “A Bahia é 13, Ceará é 13, Maranhão é 13, Paraíba é 13”, que faz sucesso também no YouTube com uma montagem de Lula dançando na praia.

A campanha de Fernando Haddad (PT) —cuja trilha sonora oficial do primeiro turno era um forró (”Chama que o povo quer, chama que o 13 dá jeito”)— ganhou dos apoiadores também um transa reggae, arrocha popularizado por artistas como Aldair Playboy.

“Tá conversando besteira em votar em Bolsonaro, ele não gosta de mulher, de sapatão e de veado. Por isso sou mais humilde, eu vou votar em Haddad, Haddad, Haddad”, diz a letra.

A música pegou e vídeos de outras redes sociais, que ensinam a coreografia oficial, estão sendo compartilhados.

Outro vídeo replicado em grupos abertos de eleitores do candidato do PSL tem imagens de drones e coreografia coordenada de centenas de pessoas. A canção “O Brasil é 100% Bolsonaro” tem letra antipetista com contornos épicos.

 

“Lula mentiu para o Brasil inteiro, PT roubou todo o nosso dinheiro”, diz o jingle.

O vídeo foi feito em Fortaleza, no Ceará. Canção e coreografia são de autoria do Movimento Consciência Patriótica, que ficou famoso em 2016 com a Dancinha do Impeachment.

No 1º turno das eleições, Jair Bolsonaro (PSL) perdeu em todos os estados do Nordeste, porém ganhou em cinco capitais: Natal, João Pessoal, Recife, Maceió e Aracaju.

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