Descrição de chapéu Eleições 2018

Presidente de diretório do PSOL de Cotia diz que sofreu ameaça de estupro por razão política

Vanessa Gravino é apoiadora da candidatura de Fernando Haddad no segundo turno

Bianka Vieira
São Paulo

Na noite de 9 de outubro, dois dias após o pleito que alçou Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) à segunda etapa da corrida presidencial, Vanessa Gravino, 40, foi abordada por um motoqueiro. O homem, não identificado, pediu que tivesse calma: não se tratava de um assalto. “Fica na sua no segundo turno ou então saberá o que é um estupro coletivo", disse em seguida.

O ocorrido se deu em Cotia, cidade da Grande São Paulo pela qual Gravino disputou a prefeitura em 2016 e é presidente do PSOL há três anos.

Vanessa Gravino, ex-candidata à Prefeitura de Cotia pelo PSOL sofreu ameaça de estupro coletivo
Vanessa Gravino, ex-candidata à Prefeitura de Cotia pelo PSOL sofreu ameaça de estupro coletivo - Divulgação

“Não posso e não vou fazer acusações. Pode ter sido uma ameaça pela ameaça, assim como pode não ter sido. De qualquer maneira, ela é política pela construção da frase”, diz ela que é professora de história na rede pública estadual.

Alinhada ao seu partido, Vanessa Gravino está engajada publicamente na campanha a favor do candidato petista. O posicionamento é, para ela, fundamental. “Eu não poderia deixar de dizer nas redes e nos atos que o lado no qual estou não prega a violência contra mulheres, população negra e população LGBT.”

Por que a tônica da intimidação seria um estupro coletivo? “Querem nos calar usando aquilo que mais machuca a gente. Há, para além da ameaça política, uma carga de machismo e misoginia”, acredita.

De acordo com o boletim de ocorrência, o caso foi registrado pela 1º Delegacia de Defesa da Mulher, em São Paulo, e deverá ser encaminhado para delegacia do município de Cotia, que realizará as investigações.

Em nota publicada na página de Guilherme Boulos (PSOL), a direção estadual do partido afirma estar acompanhando a ocorrência e tomando todos os procedimentos legais.

Correligionária de Marielle Franco, vereadora psolista assassinada a tiros em março deste ano, Gravino evoca o episódio. “Foi mais que um sinal para Marielle calar a boca. O que aconteceu é para que qualquer Marielle que possa surgir fique quieta.”

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