Descrição de chapéu Eleições 2018

Ratinho Junior, do PSD, é eleito governador do Paraná

Com apoio do apresentador Ratinho, o candidato venceu a atual governadora Cida Borghetti

Candidato a governador, Ratinho Junior, em convenção no Paraná, no dia 21.jul.2018
Candidato a governador, Ratinho Junior, em convenção no Paraná, no dia 21.jul.2018 - Divulgação
Estelita Hass Carazzai
Curitiba

Filho do apresentador Ratinho, o deputado estadual Ratinho Junior (PSD) foi eleito o novo governador do Paraná neste domingo (7), no primeiro turno, com 59% dos votos (3,2 milhões). Em segundo lugar, ficou a atual governadora Cida Borghetti (PP), com 15% (831 mil votos).

Ex-secretário estadual de Desenvolvimento Urbano, Ratinho, 37, fez uma coligação com nove partidos, e se uniu a nomes de fora da política, como o candidato a senador Oriovisto Guimarães, professor e fundador do Grupo Positivo.

Eleito deputado aos 21 anos, o pessedista se posicionou como o “novo” e criticou a “velha política”. Entre suas promessas, estão enxugar a máquina pública, vender prédios do governo, rever a carga tributária e investir em energia eólica.

Para analistas, porém, ele pode ser considerado um político veterano, que já foi deputado estadual, federal e secretário, e se consolida como força política com a eleição deste domingo. "Ele não é um emergente; ele subiu as escadinhas do poder", diz o professor Ricardo Oliveira, da UFPR (Universidade Federal do Paraná).

Adversários levantaram suspeitas sobre os veículos de comunicação da família, dona de emissoras de rádio, TV e fazendas, entre outros negócios, no estado. Em 2012, uma das emissoras foi condenada pela Justiça Eleitoral por favorecer Ratinho Junior, então candidato à Prefeitura de Curitiba, durante o noticiário. Mas nenhuma decisão semelhante foi tomada neste ano.

Retransmissora do SBT no Paraná, a Rede Massa, de propriedade da família, decidiu não promover o debate entre os candidatos ao governo, para evitar acusações de parcialidade.

A campanha de Junior ainda contou com o incentivo do pai, o apresentador Ratinho –que teve sua participação em comícios restrita pela Justiça Eleitoral. O TRE entendeu que sua presença estava sendo propagandeada como a de uma celebridade, para atrair público. O candidato recorreu e disse que estavam tentando “crucificar um pai”.

Já Cida, 53, que era vice do ex-governador Beto Richa (PSDB) e assumiu o governo em abril, como a primeira mulher a comandar o Paraná, prometeu investir em segurança, combater a corrupção e fazer novas licitações para os contratos de pedágio, que são investigados pelo Ministério Público Federal por suspeita de desvios.

Ela é mulher do ex-ministro da Saúde Ricardo Barros (PP), candidato à reeleição na Câmara Federal e principal articulador de sua campanha.

Adversários a acusaram de uso da máquina pública e abuso de poder. Uma proposta de benefícios fiscais em setembro, da qual o governo recuou, chegou a ser investigada pela Procuradoria Regional Eleitoral.

Da mesma forma, uma “intervenção” nas empresas de pedágio, anunciada a três dias da eleição, é alvo de apurações do órgão. Coronéis reformados da PM foram destacados para fiscalizar as empresas em suas sedes e, eventualmente, em praças de pedágio. O governo nega intenção eleitoral.

Tanto Cida quanto Ratinho passaram a campanha tentando se descolar do ex-governador Beto Richa, de quem foram aliados (Cida, como vice-governadora, e Ratinho, como secretário).

O tucano foi preso temporariamente durante a campanha, acusado de desvios em obras públicas –ele nega irregularidades e diz ser vítima de uma ação política.

Cida rifou o antigo aliado, e pediu a exclusão da candidatura do tucano da chapa. Já Ratinho afirmou não ter compromisso com ninguém.

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