Descrição de chapéu Eleições 2018

'Se Geraldo teve momento de dissabor pessoal, tem meu perdão', diz Doria

Ex-prefeito de São Paulo e Alckmin discutiram durante reunião do PSDB em Brasília

O candidato ao governo de SP João Doria (PSDB) durante reunião da executiva do partido, em Brasília
O candidato ao governo de SP João Doria (PSDB) durante reunião da executiva do partido, em Brasília - Pedro Ladeira/Folhapress
Daniel Carvalho
Brasília

Candidato ao governo de São Paulo, João Doria (PSDB) disse que discutiu nesta terça-feira (9) com o presidente nacional do PSDB, Geraldo Alckmin, porque a legenda não se programou financeiramente para o segundo turno nas disputas estaduais e foi irônico ao se referir ao presidenciável derrotado.

Após a discussão, o partido decidiu não apoiar no segundo turno nem Fernando Haddad (PT) nem Jair Bolsonaro (PSDB).

Ao deixar a reunião da executiva nacional do PSDB antes do fim, Doria disse que "quando você sai de uma campanha com um resultado inesperado, isso abala emocionalmente, gera sofrimento pessoal".

O ex-prefeito de São Paulo e Alckmin discutiram durante a reunião da executiva nacional do partido, em Brasília, como mostrou a Folha.

Doria afirmou que a discussão começou quando foi informado de que não havia uma programação financeira do partido para as disputas de segundo turno que o PSDB participará em seis estados (SP, MG, RR, RO, RS, MG e MS).

"É minimamente razoável supor que não teríamos uma eleição de primeiro turno", afirmou.

"Se o Geraldo teve algum momento de dissabor pessoal, da minha parte tem o perdão. Nada que possa abalar as nossas relações", ironizou o ex-prefeito de São Paulo.

Alckmin disse que não discutiria política pela imprensa e negou falta de previsão financeira. "Não é verdade que não haja previsão para o segundo turno. É claro que os candidatos sempre têm uma expectativa maior. Isso ocorre", afirmou.

O presidente nacional do PSDB, Geraldo Alckmin, ao lado da deputada Yeda Crusius (RS) durante reunião da executiva do partido, em Brasília
O presidente nacional do PSDB, Geraldo Alckmin, ao lado da deputada Yeda Crusius (RS) durante reunião da executiva do partido, em Brasília - Pedro Ladeira/Folhapress

Questionado se apoiaria a candidatura de Doria em São Paulo, Alckmin respondeu já deixando a sala onde concedeu entrevista: "vou, vou, claro".

O tesoureiro do partido, deputado Sílvio Torres (SP), disse que, desde o começo, os candidatos sabiam que o PSDB tinha R$ 210 milhões para gastar nas eleições.

Torres afirmou que, dos R$ 43 milhões que Alckmin teria direito, gastou apenas R$ 25 milhões e o restante foi distribuído por outras candidaturas, inclusive a de Doria.

"Cada um poderia ter guardado seu recurso para o segundo turno", afirmou, ironizando, em seguida, o candidato de São Paulo. "Talvez ele esteja se vendo com dificuldades para fazer o segundo turno."

Além da discussão, a cúpula do PSDB decidiu liberar seus quadros para o segundo turno presidencial.

“O PSDB decidiu liberar os seus militantes e os seus líderes. Nós não apoiaremos nem o PT nem o candidato Bolsonaro. O partido não apoiará nem um nem outro e libera seus filiados e líderes para que decidam de acordo com sua consciência, com sua convicção e com a realidade de seus estados”, afirmou Alckmin.

A decisão não foi consensual. Doria, por exemplo, queria que o partido tomasse uma posição. O candidato ao governo de São Paulo declarou apoio a Jair Bolsonaro.

"Não cabe a nós, neste segundo turno, ser a favor de um ou de outro. O eleitor é que vai escolher. Não nos sentimos representados nem por um nem por outro, nem um nem outro", disse Alckmin após a reunião.

Indagado sobre quem, pessoalmente, ele apoiaria, Alckmin respondeu que ninguém.

"A exemplo de FHC, é nem um nem outro, oposição a um, oposição a outro. Entendo que este é o caminho".

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