José Agripino Maia (DEM), 73, ainda era filiado ao PDS – partido que deu sustentação à ditadura militar e seus anos finais – quando assumiu o seu primeiro mandato de senador pelo Rio Grande do Norte, em 1987.
Desde então cumpriu quatro mandatos na Câmara Alta, de onde se despedirá em fevereiro de 2019. Agripino é um dos senadores que encerram o mandato nesta legislatura e que terá a sua vaga ocupada por outro político a partir do próximo ano.
Ao todo 54 das 81 cadeiras do Senado estão em disputa nesta eleição – duas cadeiras por Unidade da Federação. Mas, dos atuais senadores que encerram o mandato, 22 sequer tentaram a reeleição: 11 disputam outros cargos e 11 estão deixando a política.
Mas a renovação deve ir além dessas 22 vagas. Segundo estimativa do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), pelo menos 50% das atuais cadeiras em disputa devem ser renovadas.
Dos 32 senadores que disputam a reeleição, somente 16 ocupam as duas primeiras em pesquisas Ibope e Datafolha divulgadas nesta sexta-feira (5) e sábado (6).
Outros 16 senadores ainda brigam por uma das vagas, mas não aparecem entre os dois primeiros colocados nas pesquisas.
Neste grupo, estão nomes tradicionais da política brasileira com Romero Jucá (MDB-RR), Valdir Raupp (MDB-RO), Edison Lobão (MDB-MA), Garibaldi Alves (MDB-RN) e Jorge Vianna (PT-AC).
Destes, pelo menos dois estão em situação praticamente irreversível, segundo as pesquisas: Wilder Morais (DEM-GO) e Eduardo Lopes (PRB-RJ), ambos suplentes que assumiram a vaga em definitivo nos últimos anos.
Apesar do alto índice de renovação, a expectativa é que as vagas venham a ser ocupadas por políticos tradicionais, caso de ex-governadores, ex-prefeitos e deputados federais.
É o caso de nomes como dos ex-governador da Bahia Jaques Wagner (PT), do ex-governador de Santa Catarina Esperidião Amin (PP), do ex-prefeito do Rio de Janeiro César Maia (DEM) e da ex-presidente da República Dilma Rousseff (PT-MG).
“O que teremos é, na verdade, uma circulação das vagas. Vão sair muitos senadores, mas a maioria que entra são políticos com experiência”, afirma o analista político Antônio Augusto de Queiroz, diretor do Diap.
Entre os candidatos novatos na política, que nunca cumpriram mandatos eletivos, cinco têm chances de ser eleitos: o capitão da polícia Styvesson Valentim (Rede-RN), a ex-jogadora de vôlei Leila (PSB-DF), o jornalista Carlos Viana (PHS-MG), o empresário Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) e a juíza aposentada Selma Arruda (PSL-MT).
Mesmo com baixas, o MDB deve seguir como a maior bancada no Senado, com chances de perder o posto apenas para o PSDB.
No MDB, a “ala rebelde” do partido deve ganhar reforços: além de Roberto Requião, que caminha para ser eleito no Paraná, devem conquistar cadeiras no Senado políticos como Jarbas Vasconcelos (PE), Confúcio Moura (RO) e José Fogaça (RS) – todos com histórico de independência em relação à cúpula do partido.
O PT, mesmo em crise, deve ter a terceira maior bancada com a eleição de novos nomes como Jaques Wagner e Dilma e a possível volta de antigos senadores como Eduardo Suplicy (SP) e Zeca do PT (MS).
Além das 54 vagas em disputa, também há expectativa de renovação entre os senadores que estão em meio de mandato. Ao todo, 17 disputam eleição este ano, sendo 15 para governos estaduais.
Gladson Cameli (PP), do Acre, e Ronaldo Caiado (DEM), de Goiás são favoritos em seus estados e devem vencer no primeiro turno.
Antonio Anastasia (PSDB-MG), Fátima Bezerra (PT-RN) e Romário (Podemos -RJ) são nomes certos na disputa do segundo turno. Correm por fora nomes como Wellington Fagundes (PR-MT), José Maranhão (MDB-PB) e Davi Alcolumbre (DEM-AP).
O senador Álvaro Dias (Pode-PR) disputa a Presidência da República, mas patina nas pesquisas com 2% das intenções de voto. Já Kátia Abreu (PDT-TO) é candidata a vice-presidente na chapa de Ciro Gomes (PDT) e briga por uma vaga no segundo turno.
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