Descrição de chapéu Eleições 2018

Temer critica 'calor eleitoral' e defende 'estrada institucional' para o país

Presidente disse que o Brasil precisa melhorar a cultura política e de uma oposição que ajude a governar

Estelita Hass Carazzai
Curitiba

Durante palestra a empresários nesta terça-feira (16), o presidente Michel Temer (MDB) criticou o “calor eleitoral” no Brasil e pediu que o próximo mandatário siga uma “estrada institucional” para o país.

“De vez em quando, eu vejo as pessoas no calor eleitoral; isto é ruim para o país”, afirmou, durante viagem a Curitiba, sem citar nomes.

“Você chegar e querer dizer uma coisa durante a campanha eleitoral, e depois não consegue cumprir. Sobretudo lançar eventuais falsidades.”

Presidente Michel Temer
Presidente Michel Temer - Pedro Ladeira - 10.out.2018/Folhapress

Temer defendeu que o Brasil melhore sua cultura política, citando a necessidade de diálogo com o Congresso e de uma oposição que ajude a governar, inclusive ao fiscalizar o governo.

“Sem democracia, não há caminho possível para as liberdades individuais e o crescimento do país”, declarou. “Tem que conviver com uma eventual oposição.”

Professor de direito constitucional, o emedebista voltou a defender a atual Constituição, e criticou a proposta de se fazer uma nova Constituinte –que está no plano de governo de Fernando Haddad (PT) e também foi cogitada pelo vice de Jair Bolsonaro (PSL).

Para ele, a ideia geraria instabilidade e representaria uma “ruptura no Estado”.
“Pra que nova Constituição? Vai lá na Constituição que você encontra tudo!”, disse. “Ninguém vai botar dinheiro no Brasil, investir, se não souber o que vai acontecer lá na frente.”

Temer afirmou que já prepara a transição para o presidente eleito, e pretende fazer um “livro da transição”, em que relatará as principais realizações de seu governo e o que ainda falta fazer (como as reformas previdenciária e tributária).

Ele defendeu sua gestão, em especial a aprovação da reforma trabalhista e o teto de gastos. Disse que irá deixar para o sucessor uma “inflação ridícula” e juros sob controle. E criticou, sem citar nomes, a proposta de Haddad de revogar o teto de gastos, dizendo que isso é “falta de responsabilidade institucional”.
“Eliminar pra quê? Para gastar à vontade? Praticar atos populistas?”, questionou.

O presidente ainda voltou a defender um esforço no Congresso, junto com o próximo mandatário, para aprovar a reforma da previdência ainda neste ano, depois do segundo turno.

Temer viajou a Curitiba para receber uma homenagem da ACP (Associação Comercial do Paraná), cujo presidente, Gláucio Geara, destacou “a postura de verdadeiro estadista” do emedebista.

“A história reconhecerá os significativos avanços do seu governo, no campo político, econômico e social”, discursou Geara, que celebrou a reforma trabalhista e pediu a aprovação das reformas previdenciária e tributária.

A governadora do Paraná, Cida Borghetti (PP), disse ser grata ao presidente pelos recursos recebidos e pelo. “Todas as vezes, muitas sem marcar hora, o senhor nos recebeu”, disse. 

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