Contra fake news, evento revisita legado do jornalismo moderno

Festival Games for Change, na USP, homenageou Otavio Frias Filho, Alberto Dines e Samuel Wainer

São Paulo

O sexto festival Games for Change começou nesta sexta-feira (30), na Cidade Universitária, com uma mesa em homenagem aos jornalistas Otavio Frias Filho (1957-2018), Alberto Dines (1932-2018) e Samuel Wainer (1910-1980).

Foi para “revisitar a história de ícones do jornalismo moderno” no país e, a partir daí, poder responder ao fenômeno das fake news (notícias falsas), afirmou o organizador, Gilson Schwartz, professor de Escola de Comunicações e Artes da USP.

Schwartz, ex-colunista da Folha, lembrou ter participado há cerca de 40 anos de um encontro com integrantes do movimento estudantil chamado por Otavio, que foi diretor de Redação do jornal, exatamente para ouvir sugestões sobre jornalismo.

Vinicius Mota, secretário de Redação da Folha, destacou então que Otavio produziu dois documentos recentes que tratam das notícias falsas, diagnosticando e apontando caminhos para enfrentá-las —as versões atualizadas do Projeto Editorial e do Manual da Redação.

Mario Vitor Santos, diretor da Casa do Saber, saudou os homenageados e acrescentou Cláudio Abramo (1923-1987) e Janio de Freitas entre os protagonistas da modernização. Disse que Otavio aprendeu com eles e com o pai, Octavio Frias de Oliveira (1912-2007), para depois “comandar uma revolução”.

Ao final, Santos afirmou que, voltando aos seus tempos de ombudsman da Folha, deixaria uma crítica à cobertura: “O que me preocupa é o tom geral de normalização do governo [Jair] Bolsonaro, quando não estamos numa situação normal”.

Mota respondeu que o novo governo “vai ser tratado como todos os outros”, de modo crítico e apartidário. Lembrou que durante a campanha a Folha se diferenciou pelo jornalismo investigativo também em relação a Bolsonaro —e que o presidente eleito, em resposta, já vetou repórteres e ameaçou cortar a publicidade no jornal.

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