Doria já é a liderança do PSDB e Goldman deve ser expulso, diz Bruno Covas

Prefeito afirmou em gravação no SBT que sigla tem de excluir membros que descumprem decisões

São Paulo

O prefeito da capital, Bruno Covas (PSDB), disse neste sábado (24) que o governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), já é a grande liderança do partido e que o ex-governador Alberto Goldman (PSDB) deve ser expulso da sigla. 

As afirmações foram feitas durante gravação do Poder em Foco, programa de entrevistas do SBT que irá ao ar à meia-noite deste domingo (25).

Questionado a respeito da expulsão do ex-governador Goldman, desafeto de Doria, Covas afirmou que está "trabalhando para isso". O PSDB municipal decidiu excluir o quadro histórico do partido, mas a executiva nacional afirmou que a instância paulistana não tem permissão para isso. 

Goldman manteve uma série de críticas contra Doria durante as eleições —no ano passado, chegou a irritar o então prefeito, que gravou um vídeo chamando-o de fracassado

"Eu acho que tem que ser expulso porque aqueles que não respeitam as decisões partidárias não podem ir para a rua criticar as decisões partidárias", disse Covas. 

Na gravação do programa, o prefeito paulistano também foi indagado se é favorável à articulação de João Doria para ganhar espaço no PSDB, hoje presidido pelo ex-governador Geraldo Alckmin. Respondeu que o governador eleito já é a maior liderança do partido.

"Ele não precisa presidir o partido para poder fazer isso. Ele já é [líder]. Desde o final de outubro, ele já é a grande liderança do PSDB", disse. "Ele é governador do estado de São Paulo. De um partido que hoje não tem 30 deputados, só tem três governadores. Não tem nem dez senadores."

Covas falou que já haveria em maio a renovação dos quadros na executiva do partido. "Esse é um processo que a cada dois anos é feito dentro do partido", afirmou. "Em nenhum momento é preciso tirar qualquer tipo de brilho do governador Geraldo Alckmin para dar espaço ao João Doria."

Após o primeiro turno das eleições, Alckmin chegou a insinuar que Doria era traidor durante uma reunião do PSDB. Ao longo da campanha, da qual Alckmin saiu derrotado, o governador eleito acabou se afastando ainda mais do padrinho político e colando sua imagem à de Jair Bolsonaro (PSL). 

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