Em ofensiva contra Renan, senador apresenta projeto de voto aberto para presidência da Casa

Proposta de Lasier Martins (PSD-RS) pode dificultar a vida de ex-presidente do Senado ao expor voto de colegas

Daniel Carvalho
Brasília

Em uma primeira ofensiva contra uma nova ascensão de Renan Calheiros (MDB-AL) à presidência do Senado, seu colega Lasier Martins (PSD-RS) apresentou nesta quinta-feira (22) projeto para estabelecer voto aberto na escolha do comando da Casa.

Atualmente, o regimento interno do Senado prevê voto secreto para a eleição de membros da Mesa Diretora.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), que tenta voltar à presidência da Casa
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), que tenta voltar à presidência da Casa - Pedro França - 6.nov.2018/Agência Senado

"Nunca deve ser esquecido que os parlamentares são meros representantes do povo e, quando votam, estão exercendo a delegação popular que o voto lhes concede. Ora, a partir daí, é injustificável que haja deliberações secretas no Congresso Nacional, na medida que isso significa ocultar do representado aquilo que o representante está fazendo em seu nome", afirma Martins na justificativa da proposta.

O projeto tem destinatário certo: o ex-presidente do Senado Renan Calheiros, que tentará novamente ocupar o posto a partir de 2019. Senadores acreditam que a exposição do voto pode inibir colegas que, de maneira secreta, apoiariam o alagoano.

Em 2013, o Senado aprovou uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que estabelece votação aberta na análise de cassações de mandatos e vetos presidenciais. No entanto, naquela ocasião, mantiveram secreta a escolha de membros das Mesas da Câmara e do Senado.

À época, senadores entenderam que, ao rejeitar proposta de voto aberto irrestrito, garantiriam a reeleição de Renan em 2015, o que, de fato, aconteceu.

Folha não conseguiu contato com Lasier e Renan no início da noite desta sexta-feira (23).

Além de Renan, aparecem na lista de possíveis candidatos à presidência do Senado Simone Tebet (MDB-MS), Esperidião Amin (PP-SC), Davi Alcolumbre (DEM-AP) e Tasso Jereissati (PSDB-CE).

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