Ex-assessora de Dilma atua em vídeo anticorrupção

Na propaganda, Regina de Luca diz que 'hoje podemos falar da Petrobras porque arrumamos a casa'

Rogério Gentile Artur Rodrigues
São Paulo

A Petrobras lançou uma campanha de veiculação nacional para divulgar as medidas anticorrupção que adotou após a Lava Jato.

Uma das estrelas é a advogada Regina de Luca, que foi Secretária Nacional de Segurança Pública durante o governo Dilma Rousseff (PT), a despeito do fato de que foi justamente na administração petista que prosperou o esquema investigado pela operação.

A Lava Jato mostrou que a estatal esteve no centro de uma estrutura de fraude em licitações e pagamento de propinas que beneficiou empreiteiras, políticos e ex-executivos da empresa. Procuradores estimaram que R$ 20 bilhões foram desviados da empresa, embora não haja valor exato.

Edifício-sede da Petrobras, no Rio de Janeiro
Edifício-sede da Petrobras, no Rio de Janeiro - Sergio Moraes - 14.set.2017/Reuters

Na propaganda, Regina diz que "hoje podemos falar da Petrobras porque arrumamos a casa". Ela, também secretária de Defesa Social de Diadema, na gestão José de Filippi Junior (PT), deixou o partido no final de 2016, meses após o impeachment de Dilma.

Nessa mesma época, já na gestão Michel Temer (MDB), assumiu como gerente executiva de inteligência e segurança corporativa da Petrobras.

Desenvolvida pela agência DPZ&T, a campanha publicitária foi batizada de "Confiança". Segundo a empresa, a meta é preencher lacuna identificada em pesquisas de opinião que constataram que a maioria das pessoas desconhece as ações de governança e conformidade realizadas pela Petrobras nos últimos anos.

Os filmes foram produzidos no primeiro semestre, mas só puderam ser exibidos a partir de 29/10, por conta da lei que proíbe publicidade institucional na temporada eleitoral.

A campanha é formada por duas peças destinadas para a TV aberta e internet e um filme para exibição no cinema.

A Petrobras diz que, na peça, a casa a que Regina se refere é a própria companhia, e não qualquer partido, e que ela passou por todas as exigências da empresa, como investigação interna que não identificou nenhuma circunstância que a desabonasse.

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