Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Hoje aliado de Bolsonaro, Magno Malta já foi cabo eleitoral de Dilma

Senador, que não foi reeleito no ES, é cotado como ministro do presidente eleito

Sarah Mota Resende
São Paulo

Assim que confirmada a vitória, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) fez a primeira aparição pública na frente de sua casa. Chamou ao seu lado o senador Magno Malta (PR-ES)

"Antes da coletiva, o nosso Magno Malta, uma pessoa que esteve conosco durante a campanha toda. [...] Vai agradecer a Deus e pedir sabedoria para que nós possamos continuar nessa jornada na Presidência da República", disse Bolsonaro. 

O senador Magno Malta (PR-ES) no plenário do Senado, nesta quarta-feira (31) - Pedro Ladeira/Folhapress

Na oração, o senador, que não foi reeleito no pleito de 2018, falou em luta contra “os tentáculos da esquerda”. 

Nem bem passou a euforia do momento e já começaram a viralizar, em redes sociais, imagens de Malta que nada lembravam a cena do discurso de vitória em que ele, literalmente, deu as mãos a Bolsonaro

Entre as fotos que se tornaram virais, o senador é visto ao lado do presidente Michel Temer (MDB) e da ex-mandatária petista Dilma Rousseff.

Um seguidor do Facebook pediu, em um post feito na página oficial do senador, que ele “fizesse uma defesa disso” pois estão “querendo manchar sua honra”. 

Até a publicação deste texto, Malta não havia respondido. Procurado pela Folha, o baiano com domicílio eleitoral no Espírito Santo também não comentou os episódios. 

Em entrevista ao jornal no começo do ano, quando ainda era cotado para a vice presidência da chapa que lançaria Bolsonaro como candidato, Malta disse que “foi enganado pelo PT”. 

“Em 2002 viajei pelo Brasil 'desatanizando' Lula. Mas o eleitor sabe que, assim como ele, eu fui enganado. Fizeram [os petistas] striptease moral em praça pública”, disse, na época.

Malta é senador pelo PR, partido do chamado centrão, e é cotado como ministro de Bolsonaro.

No primeiro turno, após ser cortejado por outras legendas, o centrão declarou apoio ao tucano Geraldo Alckmin, que ficou em quarto lugar na disputa presidencial. 

O centrão esteve ao lado dos governos de Dilma, de Lula e quando Temer assumiu a presidência, após o impeachment. 

Em um texto disponível no site de Malta, o senador pede votos a Dilma, na época em sua primeira candidatura. “Se minha mãe, dona Dadá, estivesse viva, chamaria Lula de ‘meu filho’. Sabem por que: Lula e a Dilma encontraram o Brasil com 40 milhões de miseráveis, gente passando fome”, disse o senador, em discurso no Espírito Santo, segundo o texto.

 

Outra frase, também encontrada no site oficial do senador, Malta diz: “Eu sou Dilma e nela eu confio de olhos fechados. Vocês podem não saber, mas quem sempre esteve por trás do nosso presidente é esta mulher que muito fez pelo estado [do ES], enquanto ministra-chefe da Casa Civil”. 

No Instagram de Malta há uma selfie com Temer —uma das fotos que se tornou viral nos últimos dias. A foto foi feita no Palácio do Planalto, quando Malta se encontrou com o atual presidente para “agradecer o envio das tropas ao Espírito Santo”.

O ano era 2017 e uma greve de Policiais Militares provocou uma onda de violência que resultou em mortes, saques, interrupção de aulas nas escolas, paralisação de ônibus e fechamento de shoppin gs na Grande Vitória.

 
 
Erramos: o texto foi alterado

Magno Malta é baiano com domicílio eleitoral no Espírito Santo, e não capixaba, como afirmava versão anterior deste texto. 
 

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