Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Jungmann diz preferir manutenção do Ministério da Segurança Pública e elogia escolha de Moro

Atual ministro da pasta, Jungmann disse que Bolsonaro tem legitimidade para uni-la com Ministério da Justiça

Rubens Valente
Brasília

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse nesta quinta-feira (1º) preferir que a pasta continuasse desvinculada do Ministério da Justiça (MJ), mas reconheceu que o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL-RJ) tem a "legitimidade democrática" dos votos de brasileiros para dar ao governo a estrutura que entender melhor. O Ministério da Segurança Pública (MSP) nasceu em fevereiro de uma cisão do MJ.

Jungmann elogiou a escolha do juiz federal de Curitiba (PR) Sérgio Moro para o superministério de Justiça, que englobará as duas pastas.

O ministro disse, em entrevista a jornalistas na sede do ministério, em Brasília, que telefonou para Moro para parabenizá-lo e colocou o ministério à disposição para a transição. Uma reunião está sendo agendada entre Moro, Jungmann e a equipe do MSP para a semana que vem. O ministro disse que o juiz "é alguém que tem todos os títulos, autoridade e legitimidade para ser o ministro da Justiça, acho que é um ganho inclusive tê-lo agora no Executivo".

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, durante coletiva de imprensa para falar sobre as investigações do caso Marielle Franco - Pedro Ladeira - 1º.nov.2018/Folhapress

"Eu gostaria [risos] que o ministério continuasse existindo, até para não ser conhecido como o primeiro e único [ministro da pasta]. Mas, de todo jeito, sem sombra de dúvida, espero e faço votos que [Moro] tenha sucesso e que essa cruzada contra a corrupção e o crime [aconteça]. O que eu puder fazer [farei]", disse Jungmann.

"Agora, o governo tem legitimidade democrática, a maioria do povo brasileiro elegeu o presidente Jair Bolsonaro. E a questão da estruturação e do modelo que ele vai dar ao seu governo, é algo que a ele compete, sem a menor sombra de dúvida", afirmou o ministro.

Jungmann mencionou avanços que o MSP registrou em oito meses de funcionamento: "Aqui criamos um ministério por lei, criamos um sistema único por lei, criamos e instalamos um conselho nacional, temos pela primeira vez uma política nacional de segurança pública e temos recursos permanentes em oito meses. Isso é apenas um pedalo do que foi feito em oito meses. Tem muita coisa sendo feita. Acho que a experiência do ministério foi positiva".

Indagado se a junção das duas pastas seria um retrocesso, Jungmann contemporizou: “Depende. Sobretudo daquilo que se fizer do que se tem. Se se fizer bom uso do que se tem, e eu acho que o juiz Moro tem a melhor das intenções e capacidade de fazê-lo. A gente chegou para ele e disse: 'Olha, está aqui o ministério, está aqui o Susp [Sistema Único de Segurança Pública] que não tinha, tá aqui política, conselho, BNDES com R$ 40 bilhões [para investimentos], recursos permanentes de loterias'. Ele vai tirar o melhor proveito disso, é o que torço e eu vou ajudá-lo, ele e qualquer um que eu puder nessa missão”.

Jungmann disse que o MSP "deu um rumo" à segurança pública no país. "Para resumir, a segurança pública hoje no Brasil tem rumo. Antes eram só os estados. Os estados não fazem política nacional, não têm sistema nacional. E o governo central, em 194 anos, nunca teve isso. Agora tem. Que faça bom proveito. O que a gente queria, pelo pouco tempo que tinha, era deixar um legado para que quem viesse tirasse o maior proveito para o povo brasileiro", disse Jungmann.

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