Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Moro atuou como cabo eleitoral, diz líder do PT na Câmara

Para deputado o fato de o juiz ter sido sondado para ministério evidencia parcialidade

 Paulo Pimenta discursa da tribuna do plenário na Câmara dos Deputados
Líder do PT, deputado Paulo Pimenta discursa da tribuna do plenário na Câmara dos Deputados - Gustavo Bezerra - 20.jun.2018 /Folhapress
Catia Seabra
São Paulo

Líder do PT na Câmara, o deputado Paulo Pimenta (RS) afirma ser de uma gravidade espantosa a revelação do general Hamilton Mourão, vice do presidente eleito, de que o juiz Sérgio Moro foi sondado por Jair Bolsonaro para seu ministério ainda durante a disputa eleitoral.

Nas redes sociais, Pimenta publicou nesta quinta-feira (1) que Mourão “revelou detalhes desta relação sórdida entre o verdugo do principal candidato [Lula] e o eleito [Bolsonaro]”. “Moro atuou na campanha como cabo eleitoral”, acrescentou.

Segundo o líder petista “é prova testemunhal da relação criminosa e perversa entre a Lava Jato e Bolsonaro”. “Quando Moro vazou a delação de Palocci, já sabia que se Bolsonaro fosse eleito ele seria ministro”.

O juiz autorizou a divulgação de trechos do acordo de delação premiada do ex-ministro dos governos Lula e Dilma faltando seis dias para o primeiro turno das eleições.

Ainda segundo o deputado, “fica mais fácil de entender a implacável perseguição da Lava Jato a Lula, o desespero de Moro para que o Habeas Corpus para soltar o ex-presidente não fosse cumprido, e a decisão para que o petista permanecesse isolado durante a campanha, sem nenhum contato com a imprensa”.

No início de julho, o juiz Rogério Favreto, plantonista do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, determinou em despacho a soltura do ex-presidente. Horas depois, o juiz Moro, que estava de férias, desautorizou o magistrado da segunda instância, escrevendo que em despacho que Favreto era "autoridade absolutamente incompetente" para determinar a soltura de Lula

Após uma sequência de decisões, o presidente do TRF-4, Carlos Thompson Flores, determinou que a prerrogativa de soltar Lula era do relator da Lava Jato no tribunal, João Pedro Gebran Neto, que decidiu que o ex-presidente deveria permanecer preso. 

Sobre as entrevistas com o ex-presidente, no final de setembro o ministro do STF Ricardo Lewandowski havia autorizado a Folha a entrevistar Lula na prisão atendendo a um pedido do jornal. Na mesma data, porém, o ministro Luiz Fux, vice da corte, suspendeu a decisão de Lewandowski.

No início de outubro, o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, reafirmou a decisão de Fux que determinou a censura, suspendendo autorização para que o petista dê entrevistas.

No Twitter, Pimenta publicou ainda que “não menos grave é a informação de que o procurador Carlos Fernando, um dos Golden Boys da Lava Jato, não só fará parte de uma eventual equipe de Moro, como durante a campanha já havia sido contatado e informado dessa possibilidade”. 

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.