Um movimento conduzido pelo Ministério Público Federal (MPF) e por diversos procuradores alçou a hashtag #IndultoNão aos assuntos mais comentados do Twitter brasileiro na tarde desta quarta-feira (28).
Hoje o Supremo Tribunal Federal volta a discutir o indulto natalino que Michel Temer foi impedido de conceder em sua totalidade em dezembro de 2017. O decreto poderia favorecer condenados da Lava Jato.
Ministério Público Federal e Procuradoria-Geral da República publicaram em suas redes sociais que o decreto é inconstitucional e daria liberdade a condenados por crimes contra a administração pública.
Um dos membros do Ministério Público mais ativo nas redes sociais é o procurador Roberson Pozzobon, da força tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba. Pozzobon chamou seguidores para tuitaço, gravou vídeo e postou imagens do decreto, cujos requisitos, segundo o procurador, foram abrandados após a Lava Jato.
Deltan Dallagnol também se manifestou nas redes sociais. "É algo mais importante do que final entre Brasil e Argentina na copa do mundo, porque define nosso futuro", disse o coordenador da Lava Jato do MPF paranaense, que em seguida retuitou (compartilhou) publicações de procuradores dos MPFs de Pernambuco, Pará, Goiás, São Paulo e Rio de Janeiro.
Para o Dallagnol, se o STF admitir a constitucionalidade do indulto, isso seria, para ele, a ruína da Lava Jato.
O indulto questionado nesta quarta-feira (28) pelos procuradores foi editado no Natal de 2017 pelo presidente Michel Temer, mas teve seu decreto questionado pela procuradora-geral da República Raquel Dodge e impedido parcialmente pela então presidente do Supremo Cármen Lúcia. Elas entenderam que a medida beneficiava condenados por corrupção.
De acordo com a coluna de Mônica Bergamo, cinco ministros votarão contra o indulto. Os votos de Alexandre de Moraes e Celso de Mello ainda geram dúvidas. Acompanhe ao vivo o julgamento no Supremo do caso.
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