Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Após reunião com deputados, Bolsonaro diz que não busca apoio de partidos

Após críticas, o presidente eleito mudou estratégia e começou a receber bancadas partidárias

Talita Fernandes Laís Alegretti
Brasília

Depois de fazer as primeiras reuniões com bancadas de deputados federais, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, afirmou nesta terça-feira (4) que não busca apoio dos partidos políticos.

"Não, não existe um alinhamento automático de nenhum partido, não é isso que nós buscamos. Nós buscamos é um entendimento, o que eu tenho falado para eles: eu posso não saber a fórmula do sucesso, mas do fracasso é essa que foi usada até o momento, distribuir ministérios, bancos, para partidos políticos. Essa fórmula não deu certo", afirmou Bolsonaro ao ser questionado sobre algum partido já havia declarado que faria parte da base de seu governo.

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, fala com a imprensa ao deixar o CCBB, sede do governo de transição
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, fala com a imprensa ao deixar o CCBB, sede do governo de transição - Pedro Ladeira/Folhapress

O presidente eleito recebeu nesta terça representantes do MDB e do PRB em reuniões no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), onde funciona o gabinete de transição.

Esses foram os primeiros encontros dele com as bancadas partidárias desde que se elegeu presidente. Até então, a estratégia era organizar reuniões por grupos temáticos como a agropecuária e evangélica. 

Bolsonaro mudou os planos e decidiu organizar conversas com os principais partidos para conquistar apoio para aprovação de projetos no Congresso, como a reforma da Previdência, trabalhista, além de pautas ligadas à questão de costumes.

Na quarta (5), ele receberá deputados do PSDB e do PR. Uma nova rodada de conversas deve acontecer na quinta e ainda na próxima semana.

"Conversamos hoje à tarde com o MDB e com o PRB, a conversa foi bastante proveitosa. Temos grande identidade naquilo que vamos propor e grande parte foi dito para eles. O apoio vem por aí, eles sabem que nós não podemos errar. Se nós erramos, vai voltar o governo, aqueles que deixaram uma triste história do nosso Brasil", disse, em referência indireta ao PT, legenda que derrotou na corrida presidencial.

Bolsonaro disse que não vai escolher agora o líder do governo das duas casas legislativas.

"Não, eu vou esperar. No meu caso, a minha bancada é bastante jovem, dos 52 são 46 jovens deputados, vamos esperar chegar ai o inicio dos trabalhos e a liderança do governo, como é decisão minha, a gente decide ali ouvindo a todos", afirmou.

O presidente eleito disse que deve manter em 22 o número de seus ministérios, mas não deu previsão de quando anunciará os dois restantes: Meio Ambiente e Direitos Humanos.

"Pode ter certeza de que é um dos mais importantes ministérios o Meio Ambiente, porque tem a ver com tudo, não apenas com meio ambiente. Obviamente, mas tem a ver com a infraestrutura, tem que a ver com licenças, tem a ver com a questão do agronegócio. ", afirmou.

Ao contrário do que disse na segunda (3), o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, Bolsonaro disse que a Funai não deve ir para o Ministério da Agricultura.

"A Funai vai para algum lugar. Acho que a Agricultura não, eu acho que não, pode ir lá para Ação Social [Cidadania]", afirmou, indicando que a instituição, que hoje é subordinada ao Ministério da Justiça, poderá ficar com Osmar Terra, que comandará a pasta da Cidadania.

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